SÃO VICENTE

SÃO VICENTE

Represamento da covid vem à tona em internações

Represamento da covid vem à tona em internações

Desde o ano passado, o hospital teve queda nas internações por covid-19, mas outras demandas cresceram significativamente

Desde o ano passado, o hospital teve queda nas internações por covid-19, mas outras demandas cresceram significativamente

Por Nathália Sousa | 13/09/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Por Nathália Sousa


13/09/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Divulgação

Hospital São Vicente recebe diversas demandas após fazer a maior parte das internações covid na região

Após o período pandêmico, que exigiu muito da saúde pública em diversas esferas, a demanda por internações continua alta, mas por outros motivos. Com a diminuição dos casos de covid, outras doenças tiveram alta de internações, e parte desta alta diz respeito à própria pandemia. Isso porque, com o uso dos hospitais para atendimento da demanda gerada pelo coronavírus, o atendimento a outras doenças diminuiu. Agora, porém, esse represamento vem à tona.

Em 2020, do total de internações registradas no Hospital São Vicente (HSV), 12% estavam relacionadas à infecção por coronavírus. Em 2021, este número subiu para 18%. Já em 2022, com a diminuição dos casos registrados, este dado também apresentou queda, atingindo 4%. Neste ano, considerando o primeiro semestre, o número de internações por covid-19 corresponde a 1%.

Por outro lado, com a redução das internações por coronavírus, naturalmente, casos relacionados a outras patologias registraram aumento. Independentemente do período pandêmico, em todos os anos, o maior número de internações no HSV foi, predominantemente, relacionado a traumas, como acidentes e quedas.

Entre 2021, considerado o auge da pandemia, e o primeiro semestre de 2023, houve crescimento de 29% nas internações psiquiátricas; 13% nas internações por trauma; de 23% em casos de neoplasia, que são tumores, benignos ou malignos; de 24% por conta de infecções no sistema urinário; 6% por conta de acidente vascular cerebral (AVC); 25% em casos de infarto; e aumento de 66% em outras doenças respiratórias.

Na classificação, o HSV informa que dentro do setor de gestão de qualidade da instituição é realizada uma análise trimestral por grupos de CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde).

MUDANÇAS

Diretor Técnico do HSV, o infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas diz que a procura por atendimento médico geral sofreu queda na pandemia. "No auge da pandemia, quando as coisas estavam mais fechadas, houve diminuição de traumas. E classificação de CID não entra só trauma automotivo. Por exemplo, queda da própria altura, de um banquinho também, isso é grave para um paciente idoso e exige internação. Houve diminuição no CID de trauma na pandemia e depois foi retomado. Também reduziu de outras doenças, porque havia menos diagnóstico. As pessoas buscavam menos os serviços de saúde, se tratavam menos. Isso gera um represamento. Esse represamento foi observado já no ano passado, não só em Jundiaí."

O médico fala que a "flexibilidade" de leitos, adotada na pandemia, não era usada antes do período e não voltou a ser. "Durante a pandemia, houve transformação, havia mais leitos de UTI, hospital de campanha, que foram desativados. Os pronto atendimentos de Jundiaí fazem apenas atendimento primário, os lugares que arcam com internação de baixa complexidade são em cidades ao redor e também Itatiba para oncologia. Por isso, o que aconteceu no São Vicente foi a absorção da demanda das cidades da região. Os aparatos das cidades não são para internação de média e alta complexidade. E esse retorno para internação local de baixa complexidade é lenta, então gera lotação no São Vicente. O São Vicente já absorvia demanda de internação e continua", explica.

Após o período pandêmico, que exigiu muito da saúde pública em diversas esferas, a demanda por internações continua alta, mas por outros motivos. Com a diminuição dos casos de covid, outras doenças tiveram alta de internações, e parte desta alta diz respeito à própria pandemia. Isso porque, com o uso dos hospitais para atendimento da demanda gerada pelo coronavírus, o atendimento a outras doenças diminuiu. Agora, porém, esse represamento vem à tona.

Em 2020, do total de internações registradas no Hospital São Vicente (HSV), 12% estavam relacionadas à infecção por coronavírus. Em 2021, este número subiu para 18%. Já em 2022, com a diminuição dos casos registrados, este dado também apresentou queda, atingindo 4%. Neste ano, considerando o primeiro semestre, o número de internações por covid-19 corresponde a 1%.

Por outro lado, com a redução das internações por coronavírus, naturalmente, casos relacionados a outras patologias registraram aumento. Independentemente do período pandêmico, em todos os anos, o maior número de internações no HSV foi, predominantemente, relacionado a traumas, como acidentes e quedas.

Entre 2021, considerado o auge da pandemia, e o primeiro semestre de 2023, houve crescimento de 29% nas internações psiquiátricas; 13% nas internações por trauma; de 23% em casos de neoplasia, que são tumores, benignos ou malignos; de 24% por conta de infecções no sistema urinário; 6% por conta de acidente vascular cerebral (AVC); 25% em casos de infarto; e aumento de 66% em outras doenças respiratórias.

Na classificação, o HSV informa que dentro do setor de gestão de qualidade da instituição é realizada uma análise trimestral por grupos de CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde).

MUDANÇAS

Diretor Técnico do HSV, o infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas diz que a procura por atendimento médico geral sofreu queda na pandemia. "No auge da pandemia, quando as coisas estavam mais fechadas, houve diminuição de traumas. E classificação de CID não entra só trauma automotivo. Por exemplo, queda da própria altura, de um banquinho também, isso é grave para um paciente idoso e exige internação. Houve diminuição no CID de trauma na pandemia e depois foi retomado. Também reduziu de outras doenças, porque havia menos diagnóstico. As pessoas buscavam menos os serviços de saúde, se tratavam menos. Isso gera um represamento. Esse represamento foi observado já no ano passado, não só em Jundiaí."

O médico fala que a "flexibilidade" de leitos, adotada na pandemia, não era usada antes do período e não voltou a ser. "Durante a pandemia, houve transformação, havia mais leitos de UTI, hospital de campanha, que foram desativados. Os pronto atendimentos de Jundiaí fazem apenas atendimento primário, os lugares que arcam com internação de baixa complexidade são em cidades ao redor e também Itatiba para oncologia. Por isso, o que aconteceu no São Vicente foi a absorção da demanda das cidades da região. Os aparatos das cidades não são para internação de média e alta complexidade. E esse retorno para internação local de baixa complexidade é lenta, então gera lotação no São Vicente. O São Vicente já absorvia demanda de internação e continua", explica.

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

Ainda não é assinante?

Clique aqui para fazer a assinatura e liberar os comentários no site.