Bauru, cidade de nome indígena que chegou nos trilhos da estrada de ferro. Cresceu por conta de relógios estrategicamente atrasados. É cercada por rodovias que se encarregaram de espalhar seus filhos pelo mundo. Uba uru, onde um urubu cagou em cima do baú. Cidade que enviou Ozires aos ares e Pontes um pouco mais acima. Bauru origem do lanche homônimo e do termo "batistar". Cidade amaldiçoada por demolir a igrejinha para dar lugar à Catedral. Abençoada com a construção do Templo da Seicho-no-ie. Teve explodida a avenida Nações Unidas e construiu outras como a Nuno de Assis e a Getúlio Vargas. Teve sua praça central privada dos animais que lá viviam; jacarés e outros bichos. E agora lá temos concreto, cimento e novos bichos.
Muitos estudantes aqui vêm como primeiro passo rumo a um futuro cada vez mais incerto. Foi daqui o maior puteiro do Brasil, perdendo apenas para Brasília.
Entre altos e baixos... a Nações inunda em dias de chuva; e a periferia chora. Possui um emblema arquitetônico que é a sua estação ferroviária, na região central da cidade. E ali tudo se torna decrépito com o descaso público com o público. E o público não colabora com o que é público, e reclama do Ministério Público. Atrelados ao mundo, sofremos como o resto do planeta com as mazelas de nossas criações, ações e distrações. Andamos distraídos circundando nosso umbigo enquanto o mundo se desfaz. Talvez não sobre nada; nem nós (os que menos merecem estar aqui).
Bauru precisa de cidadãos em seu significado mais profundo e sincero. O mundo está mudando; Bauru também. Que em nosso esforço por romper as paredes do casulo que nos prendem ao passado nos faça merecer uma cidade mais linda, progressista e com cidadãos mais humanos.
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