PREVENÇÃO

Com estiagem já em maio, Jundiaí planeja ações

O ar seco e a escassez de chuvas, característicos do meio do ano, exigem atenção em relação à vegetação e aos cursos d'água

Por Nathália Sousa | 26/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Divulgação

O tempo seco gera preocupação com o número de queimadas, em especial em áreas de mata
O tempo seco gera preocupação com o número de queimadas, em especial em áreas de mata

Com um período de duas semanas sem chuvas, Jundiaí viu a estiagem começar mais cedo neste ano, logo em maio. O mês tem apenas 12 milímetros de precipitação acumulados. Neste período, com os baixos índices pluviais, o ar tende a ficar mais seco e o número de queimadas aumenta consideravelmente. A fim de evitar isso e consequentemente o combate, diversos órgãos atuam constantemente, e de forma mais intensiva no meio do ano, buscando soluções de prevenção.

Coordenador da Defesa Civil de Jundiaí, coronel João Ozório Giminez diz que há muitas ações prévias e durante o período para a estiagem e o próximo verão. "Temos uma série de preparativos e agora há várias providências que os órgãos da prefeitura acabam fazendo para melhorar o próximo período de chuvas. Limpeza de galerias, bocas de lobo, desassoreamento de rios e valas. Isso é feito agora, quando chove pouco. Também temos a baixa umidade relativa do ar. Vamos ter dias destes, com aumento da sensação de secura e o favorecimento de queimadas, não só na cidade, como no campo e na serra."

Para os preparativos, a Defesa Civil faz capacitação em parceria com outros órgãos. "Todo ano, a gente faz um preparativo que contempla algumas ações, como o curso de capacitação. Neste ano, vamos ter em 13 e 15 de junho, na Fazenda Ermida. A gente faz as inscrições para as pessoas que têm interesse. O curso conta com parceria do Corpo de Bombeiros, Divisão Florestal da Guarda Municipal, Fundação Antonio-Antonieta Cintra Gordinho e Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA)."

Além das ações da Operação Estiagem e da capacitação, neste ano, a novidade é o monitoramento de áreas de risco. "Monitoramos áreas que queimam sempre, de forma atípica, às vezes mais de uma vez no período, e tomamos a providência de ir a esses locais fazer vistorias e falar com proprietários para que haja limpeza, corte de mato, asseio. Esse monitoramento é feito pelo Corpo de Bombeiros e Divisão Florestal da Guarda Municipal. Essa fiscalização reforça a lei contra queimadas, que existem em Jundiaí desde 2017."

SERRA

Doutor em geociências e meio ambiente e pesquisador do Instituto de Geociências da Unicamp, Salvador Carpi Junior conduz o mapeamento participativo feito na Serra do Japi e explica que o projeto pode ajudar em ações de preservação. "De maneira indireta, o trabalho mostra situações de perigo para a reserva e para o entorno. Situações como as queimadas podem afetar a área. É uma questão de conhecimento da situação ambiental da Serra e ações de recuperação e preservação de locais, onde se praticam educação ambiental, triagem de lixo."

Outra questão de atenção no período é que cursos d'água minguam. "Tem córregos na Serra que eram perenes e agora só correm água na época de chuva. A Serra é conhecida na região por ser uma caixa d'água e, no tombamento, foi usado o termo Castelo das Águas, porque antigamente as caixas d'água ficavam em estruturas que lembravam castelos. Essa função está diminuindo com o tempo e impacta córregos, rios e ribeirões que vão para fora da Serra."

Superintendente da Fundação Serra do Japi, Vânia Plaza Nunes lembra a importância da conscientização da população. "A gente não pensa só agora. No ano passado, a gente teve quatro ou cinco treinamentos de combate a incêndio na Fundação. Temos várias oportunidades de treinar técnicos de Jundiaí e outras cidades da região. Falta ter mais consciência das pessoas. Há educação, comunicação e informação e estamos sempre de mãos dadas com quem tem expertise. Mas falta a consciência das pessoas para evitar problemas."

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