As quedas dos idosos com maior índice de machucados e até fatais acontecem em sua maioria dentro das casas. A geriatra Cristiane Gussi Baito explica que isso se deve a vários fatores que isoladamente ou em conjunto acabam por fazer com que os idosos caiam.

"Existem os fatores físicos, na qual os idosos naturalmente perdem a força muscular com o passar dos anos, fazendo com que a sustentação seja mais difícil. Também reduzem a visão e audição que são absolutamente necessários para o equilíbrio e entendimento do espaço, mesmo que deitado. Muitos idosos usam medicação controlada que aumenta o risco de queda. Os indutores de sono, como zolpidem, são muito comuns. Além disso, para eles é muito difícil envelhecer e se perceber tendo que cumprir regras que os filhos os pedem para cumprir em nome de sua proteção", explicou.

Além disso, uma das quedas que podem ocorrer é a queda da própria cama. O geriatra e professor associado da Faculdade de Medicina de Jundiaí, Ivan Aprahamian, conta que esse tipo de queda é causado por outros fatores.

"O mais comum não é a queda da cama, mas sim a queda dentro do domicílio ou na rua. Normalmente são causados por fatores, por exemplo, como demência, perda de músculo, artrose, perda de visão, Parkinson, uso de remédios, são várias causas comuns. O idoso que cai da cama é um pouco diferente. Normalmente é um idoso que tem algum transtorno de sono ou alguma incontinência urinária, então ele levanta várias vezes da cama, ou seja, há uma provocação específica para ele cair da cama. Essa queda é perigosa, porque muitas vezes se impacta demais, a cabeça, o pescoço e o resto da coluna. Então, normalmente é associado a trauma craniano grave. Nas mortes normalmente são por sangramento intracraniano, fratura cervical, muitas vezes grave e muitas vezes fraturas de outras vértebras. As mais comuns são a torácica e a lombar e que muitas vezes causam prejuízos bem relevantes", explicou Ivan.

CUIDADOS

Para evitar esses acidentes, os geriatras dão dicas para o cuidado com os idosos dentro de casa.

"É importante mantê-los muito bem hidratados, checar se as medicações estão sendo usadas nos horários e doses corretas, deixar uma luz acesa para o trajeto ao banheiro, retirar tapetes do pé da cama e para os mais debilitados, é interessante utilizar grades de proteção na cama", explicou Cristiane.

"De forma geral as pessoas devem estar atentas a obstáculos e facilitadores de quedas. Por exemplo: tapete solto, móveis com quinas em lugares estreitos, pisos escorregadios, iluminação inadequada principalmente à noite, escadas, lugares que o acesso é dificultado por algum tipo de barreira, como uma banheira, um degrau escuro sem alguma identificação com faixa fluorescente, algo que identifique um desnível, por menor que seja. São bons exemplos práticos", explicou Ivan.