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'Sou mãe de primeira viagem pela quarta vez'

Quando a consultora tinha quase 28 anos, começou a pensar em gravidez, e quem sabe, ser mãe. Quatro filhos depois, ela conta sua história pouco comum.

Por Rafaela Silva Ferreira | 14/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaí

Arquivo pessoal

Elis tem quatro filhos; são irmãos de sangue e adotivos e que agora fazem parte da mesma família
Elis tem quatro filhos; são irmãos de sangue e adotivos e que agora fazem parte da mesma família

O Dia das Mães é o momento perfeito para celebrar a união e a ligação que existe entre mãe e filho. No caso da consultora Elis Soares, 39 anos, a união é com quatro filhos. Mas sua história com as crianças não é tão simples como parece.

"Tenho dois filhos adotivos e dois biológicos. Tudo começou quando entrei na fila de adoção e, depois de 30 meses, adotei o João. Só que depois de dois anos eu engravidei do Rafael e, quando ele tinha dois meses, eu estava habilitada para a segunda adoção. Então, ligaram do fórum e adotamos a Thayla. Depois, na pandemia, engravidei novamente."

Quando a consultora tinha quase 28 anos, começou a pensar em gravidez, e quem sabe, ser mãe. "Mas aí ficou martelando na minha cabeça: 'e se eu tentar e não conseguir?' Porque eu não queria que fosse uma frustração não engravidar."

Então, com seu marido, Elis entrou em um acordo. Ela conta que o marido é filho adotivo e por isso começaram a cogitar o caminho da adoção. Com tranquilidade, ela relembra que demorou um ano para conseguirem toda a papelada. E uma vez que deu certo, deixaram a vida acontecer. "Quando completou dois anos e meio que estávamos na fila de espera, o fórum ligou e informou que o João estava pronto para ser nosso filho. Isso foi em 2015, quando ele tinha quatro anos e oito meses."

Desde sempre, o casal sabia que não queria apenas um filho. E, assim que terminou o processo de adoção do João, entraram novamente na fila de adoção. Com seis anos de idade, João pediu um "bebezinho na barriga da mãe". "Eu falei pra ele pedir pro Papai do Céu. Na época, eu não fazia uso de nenhum método anticoncepcional. Quando o João completou sete anos, eu engravidei. Foi uma surpresa muito maior, porque a adoção era a coisa mais certa pra mim. Eu estava esperando. A gravidez, não."

Grávida, no final da gestação de Rafael, Elis recebeu outra ligação do fórum. "Meu marido que atendeu. Eu estava de sete meses e mais uma criança poderia ser nossa. Explicamos a situação e o fórum instruiu que esperássemos e passássemos a chance de adoção para o próximo da fila. Depois de dois meses que o Rafael havia nascido, o fórum ligou de novo", conta.

A Thayla estava liberada. Nesse momento, várias perguntas surgiram entre o casal. Em um momento de análise e medo, acabaram decidindo e seguindo com a adoção. "Pensamos: 'vai dar tudo certo!' Passado aqueles meses de adaptação da Thayla, entramos na pandemia. Foi nesse período que eu engravidei do Davi, em maio de 2020", relembra.

AMOR E GUERRA

Questionada sobre a relação das crianças no dia a dia, Elis explica que brigam por tudo e por nada. Mas, poucos minutos depois, é provável que nem se lembrem do motivo pelo qual estavam discutindo. "É aquela básica relação de irmãos. Uma hora estão brigando, gritando e discutindo. Na outra, estão rindo, conversando e brincando."

Quando se trata do relacionamento mãe e filho, Elis explica que tudo é questão de costume. "O primeiro filho é sempre o mais difícil, porque muda a vida completamente. Mas depois, convivendo com os outros filhos, a gente vai se adaptando e começa a ser mais produtivo. Eu falo que sou mãe de primeira viagem pela quarta vez, porque cada um é um. Cada um está num momento. Eu era mãe do João de cinco anos, hoje sou uma outra mãe do Rafael, que vai fazer cinco anos. Então isso é diferente, a cada dia a gente vai juntando os repertórios que adquirimos na vida e aprendendo com eles também", finaliza.

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