Filho de libaneses e itatibenses, Silvio ingressou cedo nos negócios da família, devido ao falecimento precoce do pai, Salim Gebram, aos 49 anos. Com isso, ele e seu irmão assumiram o empreendimento pouco antes de completarem a maioridade e então firmaram-se na corretora, onde Silvio atuou por 50 anos.

"Meu pai faleceu no seu museu particular, que montou com tanto amor para receber amigos e continuar seus trabalhos sociais, e ao qual, após sua aposentadoria na corretora, dedicou-se fortemente", diz Fernando. "Ele foi um exemplo de pai e homem para a sociedade jundiaiense. Acredito que seu maior legado, com certeza, é ter deixado a ideia de que todos somos iguais e ninguém é nada sozinho. Ele costumava dizer que humildade abre portas e cria relacionamentos."

O legado para a comunidade empresarial está nos 86 anos de Gebram Seguros, onde a família construiu história com humildade e muito trabalho. "Isso é algo muito difícil de se fazer. Meu pai era único", relembra o filho.

Em uma pergunta pessoal sobre o que Fernando gostaria que as pessoas soubessem em relação ao seu pai, o herdeiro revelou uma curiosidade: Silvio dava aulas de conhecimentos gerais em escolas municipais. "Quando um professor faltava de última hora, a escola ligava para ele 'ocupar' o espaço e sempre suas aulas eram as mais cheias, porque não eram apenas livros. Eram verdadeiras aulas de vida."

Na vida pessoal, o principal valor que Silvio priorizava era o respeito ao próximo em primeiro lugar. Já como empresário, Fernando revela que o pai zelava pela excelência: era um vendedor grande e sem medo.

Fernando, quando questionado sobre qual conselho daria para aqueles que se inspiram na história de seu pai, foi direto: "Quando a gente faz algo de coração, tudo flui muito mais fácil, então meu conselho é: dedique-se ao que você ama e não àquilo que te sustenta. Porque meu pai me ensinou que trabalhar por amor é mais fácil que trabalhar por necessidade. Uma das inspirações de meu pai foi o Sr. Luiz Latorre, um dos grandes amigos do meu avô".

MUSEU GEBRAM

Hoje, após a morte do pai, os irmãos Fernando e Elizabeth tomam conta do Espaço Cultural Marbeg (Gebram ao contrário), que possui inúmeras peças, todas com um significado que remetem ao passado da família.

Esculturas, quadros, relógios cuco, máquinas de escrever, caixinhas de fósforo, câmeras fotográficas, os famosos bichinhos de pelúcia da Parmalat, bússolau, um escafandro do século passado, leões de madeira ocos dos tempos do Império e usados para o contrabando de ouro, postes de iluminação ingleses, assim como uma caixa de correios e o sino que pertenceram a uma estação ferroviária da Terra da Rainha e, para finalizar, na fachada um grande relógio, cópia do Big Ben, em Londres, são alguns exemplos que podem ser vistos no museu.