Segundo a psicóloga clínica especializada em saúde mental, Luciane Rossi Alves, 53 anos, os principais fatores de risco podem ser descobertos logo no início. "Um dos primeiros sinais são verificados no comportamento da gestante, muitas vezes no seu pensamento e nas suas falas. Às vezes pode ocorrer uma dificuldade no cuidado, como deixar de fazer o pré-natal."

Além disso, a depressão pré-natal pode prejudicar quase 50% a gestação. "A condição pode resultar nas possibilidades de um parto prematuro e para o bebê, muitas vezes, uma gestação não saudável, pois pode ocorrer negligência no cuidado com os exames, com a alimentação e com o cuidado básico para o desenvolvimento do feto."

Se os sintomas citados não forem cuidados, a gestante pode desenvolver uma depressão pós-parto grave, pois durante e após a gestação, a mulher vive em uma "gangorra" emocional e também hormonal, que colabora com todo o diagnóstico.

Quando questionada sobre prevenções, a psicóloga explica "É importante o cuidado com a saúde mental da paciente antes, durante e após a gestação. Alimentação saudável, cuidado com a saúde psíquica e uma boa dinâmica familiar são bons para qualquer mãe ou mulher", salienta. Em relação aos tratamentos, Luciane é clara. "Um bom acompanhamento pré-natal, psicoterapia e em alguns casos um acompanhamento psiquiátrico, pode ser essencial", finaliza.

PESQUISAS

Segundo um estudo publicado na revista americana Pediatrics, a depressão pré-natal, (também conhecida como depressão pré-parto), está ligada a um aumento de risco de problemas de comportamento na infância da mãe.

Os resultados mostraram que os bebês cujas mães sofriam de depressão pré-natal tinham maior risco de problemas de comportamento, como agressão e hiperatividade, aos 18 meses de idade. Esse risco aumentava ainda mais se a mãe tivesse sintomas mais graves de depressão.