18 de dezembro de 2025
NOVOS DADOS

Franca tem lares mais diversos e famílias menores, aponta IBGE

Por Leonardo de Oliveira | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Pedro Baccelli/GCN
Movimentação na praça Barão, no Centro de Franca

Novos dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE, mostram um retrato atualizado das famílias francanas e revelam transformações importantes na composição dos lares. A predominância de domicílios pequenos é um dos destaques: quase um terço das casas (30,33%) tem apenas duas pessoas, enquanto 24,8% abrigam três moradores e 18,1% são unipessoais. Somados, esses grupos representam 73,23% de todos os domicílios. Já as residências com seis moradores ou mais são minoria absoluta, com apenas 2,99%, reforçando a tendência de famílias menores na cidade.

Mesmo com esse cenário, a unidade doméstica nuclear, formada por casais com ou sem filhos ou por um dos pais com filhos, continua sendo o arranjo predominante, presente em 68,13% das moradias. As famílias estendidas, que incluem parentes adicionais, somam 12,68%, enquanto as compostas por pessoas sem laços de parentesco representam pouco mais de 1%.

Outro dado que chama atenção é o número de lares sem a presença de um cônjuge. Dos 128 mil domicílios pesquisados, 40,32% não têm casal residente, o que inclui pessoas que vivem sozinhas, divorciadas, viúvas ou chefes de família sem parceiro. Já as uniões entre pessoas de sexos diferentes somam 59,09%, e as formadas por casais do mesmo sexo, 0,59%.

A responsabilidade pelo domicílio revela recortes sociais importantes. Nos lares com cônjuge e filhos, os homens aparecem como responsáveis em 22,24% dos casos, enquanto as mulheres representam 10,91%. Porém, entre os domicílios sem cônjuge e com filhos, as mulheres assumem papel majoritário: elas lideram 13,3% dos lares, contra apenas 2,08% liderados por homens. Nos domicílios com casal e sem filhos, a divisão fica em 14,13% de responsáveis homens e 7,1% de mulheres.

A média geral de moradores por domicílio é estável, 2,8 entre homens responsáveis e 2,88 entre mulheres, mas varia conforme idade e raça. Os lares chefiados por jovens de até 17 anos têm a maior média, com 3,46 moradores, enquanto responsáveis com 60 anos ou mais concentram a menor, com 2,27, reflexo do envelhecimento populacional e do fenômeno do “ninho vazio”. Por raça, as maiores médias aparecem entre lares chefiados por pessoas pretas (2,96), indígenas (2,89) e pardas (2,82). As menores estão entre os responsáveis amarelos (2,64) e brancos (2,68).


O recorte familiar também ganha novos contornos. Em Franca, 91,62% dos domicílios abrigam apenas uma família, enquanto 8,38% têm famílias conviventes. O casal com filhos permanece como o modelo mais comum, totalizando 44.334 unidades, seguido pelos casais sem filhos (26.775), que refletem tanto quem opta por não ter filhos quanto os lares já na fase pós-criação. A força das mães solos aparece novamente: somados, os lares liderados por mulheres sem cônjuge e com filhos chegam a 16.700, número muito superior ao dos homens na mesma condição, que totalizam 2.691.

Os dados revelam mudanças profundas na dinâmica domiciliar da cidade e são fundamentais para orientar políticas públicas nas áreas de habitação, assistência social, educação e apoio às famílias, considerando a diversidade de cenários que compõem o cotidiano francano.