O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) recebeu, na noite desta sexta-feira, 5, o título de Cidadão Francano, durante sessão solene realizada na Câmara Municipal de Franca.
O plenário ficou lotado de autoridades, familiares, lideranças de movimentos sociais e representantes de sindicatos, partidos e do Comdecon (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Franca). Também participaram prefeitos da região, como Aninha Montanher (MDB), de Ribeirão Corrente, além de vereadores de Patrocínio Paulista e membros da Diocese de Franca.
No início de seu discurso, Cortez pediu uma salva de palmas para a mãe, presente na cerimônia, e emocionou o público ao relembrar o pai, que morreu no começo do ano.
"Quero começar pedindo uma salva de palmas para a minha maior autoridade. A autoridade que me deu esse sorriso, que é exatamente igual ao dela... Quero também falar do meu pai, que participou de todos os títulos de cidadão que recebi (como deputado). Ele que me trouxe para Franca e me deixou na república", disse.
O deputado também citou que, durante o período eleitoral, era frequentemente questionado nas ruas por não ter nascido em Franca e reforçou que construiu sua trajetória na cidade ao longo dos últimos dez anos — ele chegou ao município ainda jovem para cursar Direito na Unesp (Universidade Estadual Paulista), onde se formou.
O deputado finalizou o discurso falando sobre suas lutas na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e da falta de um representante francano em Brasília. "Franca não pode continuar assistindo de casa, à distância, o que acontece no Congresso Nacional. Franca precisa voltar ao cenário em Brasília. E espero que a gente possa voltar a fazer isso acontecer", encerrou o deputado.
A homenagem foi proposta pela vereadora Marília Martins (PSOL), por meio de um Projeto de Decreto Legislativo aprovado pelo plenário da Casa. Segundo a parlamentar, o título reconhece "a contribuição significativa" de Cortez para Franca por meio de sua atuação política, social e comunitária.
Nascido em São Paulo (SP) em 1997, Cortez mudou-se para Franca para estudar na Unesp. Durante o período universitário, engajou-se em movimentos estudantis e sociais. Liderou mobilizações como os protestos contra cortes na educação em 2019 e integrou atos pelo impeachment do então presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2021. Foi coordenador do Centro Acadêmico de Direito e representante no Fórum das Seis, onde defendeu a educação pública e os direitos de servidores e estudantes.
A militância o levou à vida política. Filiado ao PSOL desde os 16 anos, faz parte do coletivo de juventude Afronte e atua em pautas relacionadas aos direitos humanos, diversidade sexual e de gênero, políticas climáticas e fortalecimento dos serviços públicos.
Em 2020, disputou uma vaga na Câmara Municipal de Franca e ficou entre os quatro mais votados, mas não foi eleito por quociente eleitoral. Dois anos depois, foi eleito deputado estadual com 45.094 votos — na campanha mais econômica do estado, segundo sua assessoria — tornando-se o primeiro parlamentar de esquerda a representar a região na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Hoje, lidera a bancada do PSOL. Em 2024, concorreu à Prefeitura de Franca e terminou em terceiro lugar, com a maior votação da esquerda na cidade em mais de 20 anos.
Além da atuação política, Cortez também trabalha como advogado e professor de cursinhos.