A pesquisa Agili/GCN, realizada entre 17 e 19 de novembro com 598 entrevistas e margem de erro de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos, traça um retrato detalhado da avaliação da administração municipal de Franca.
A fotografia é marcada por duas camadas: de um lado, aprovação majoritária; de outro, uma tendência à moderação quando os moradores são convidados a qualificar o desempenho.
No indicador direto de aprovação, a gestão aparece com 60,6% de avaliação positiva, contra 29,6% de reprovação. Outros 9,8% não souberam responder. A aprovação é consistente entre homens (67%) e mulheres (55,2%), e também atravessa faixas etárias, com destaque para moradores de 35 a 44 anos (69,3%).
Entre as regiões da cidade, o Centro (65,7%), Leste (62,1%) e Oeste (62,4%) registram aprovações acima da média. Na Zona Norte, onde está o Leporace, o índice se mantém estável em 56,7%, enquanto o Sul, do Complexo Aeroporto, aparece com 59,7%.
Os cruzamentos por escolaridade mostram variações leves: aprovam 57,1% dos moradores com ensino fundamental, 62,4% dos que têm ensino médio e 52,9% dos que completaram nível superior.
Já os recortes por renda revelam um cenário equilibrado, com pequenas oscilações. Religiosamente, evangélicos estão ligeiramente abaixo da média na aprovação (55,2%), enquanto católicos (64,3%) e espíritas (62,9%) registram níveis mais altos.
Quando a pergunta muda de formato e os entrevistados precisam classificar a gestão como ótima, boa, regular, ruim ou péssima, o tom se acomoda numa zona de moderação que ajuda a explicar a percepção geral do governo.
Embora nove em cada dez moradores vejam positivamente o governo Alexandre Ferreira, já que apenas 10,3% somam as avaliações ruim (3,5%) e péssima (6,8%), a maior parte dos francanos prefere situar a administração num patamar intermediário.
Nada menos que 44,2% classificam o governo como regular, enquanto 36,7% o avaliam como bom. Apenas 8% consideram a gestão ótima, o que confirma um padrão: trata-se de um governo claramente aprovado, mas que ainda não desperta entusiasmo.
Esse comportamento se repete nos recortes sociais. As classificações “regular” se espalham por todo o espectro: chegam a 47,6% entre as mulheres, alcançam 51,6% entre moradores de 35 a 44 anos e aparecem em 45,2% entre quem possui nível superior.
A mesma tendência surge na renda, com 44,2% entre dois e cinco salários mínimos, e em todas regiões da cidade, com percentuais situados entre 40% e 50%. O conjunto delineia um padrão preciso: a população mantém uma avaliação amplamente positiva, mas evita extremos de amor, ou de ódio. É um governo funcional e correto, mas sem grande empolgação.
Questionados sobre alguma obra, ação ou investimento positivo que a prefeitura realizou, apenas 38,2% dos moradores conseguem especificar. Isso significa que 61,8% não lembram, não souberam responder ou não identificaram marca clara da administração.
Entre os que citam ações, o repertório é pulverizado. O item mais lembrado é o Hospital Regional do Estado, com 20,6% das menções, muito acima dos demais. Na sequência, aparecem pavimentação (10,6%), saúde (8%), creches (5,3%), UBS e reformas (5,3%) e cidade limpa (4,3%).
A fragmentação das respostas reforça a leitura de que a gestão é percebida por avanços pontuais, mas ainda sem uma marca dominante capaz de sintetizar o período.
Quando a pergunta muda para uma avaliação estratégica (se o governo está conduzindo a cidade na direção certa), os números se aproximam da aprovação direta. 60,3% afirmam “sim”, enquanto 32,7% dizem “não”. Outros 7% não souberam responder.
Homens (63,9%) e moradores de 25 a 34 anos (64%) estão entre os mais alinhados à direção do governo. Entre as regiões, Leste (63,8%) e Oeste (62,8%) lideram a adesão; o Norte, com 56,7%, aparece mais crítico, ainda que majoritariamente favorável.
Entre os estratos de renda, a percepção de rumo certo chega a 62,5% para os que ganham de dois a cinco salários mínimos e a 64,3% entre os que recebem acima de cinco.
Religiosamente, espíritas (66,7%) e católicos (62,9%) são mais positivos, enquanto evangélicos apresentam quadro mais dividido, com 55,2%.
O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) afirmou que os números reforçam a confiança no trabalho da administração. “Recebo esses números com humildade e como estímulo para seguir trabalhando. A confiança da população nos mostra que estamos no caminho certo, mas também que ainda há muito a entregar”, disse. “A aprovação majoritária da gestão reforça que Franca está avançando, mas o sentimento de ‘regular’ é um chamado para intensificarmos ações e acelerar resultados que melhorem a vida das pessoas”, afirmou.
Os dados mostram uma administração que supera com folga a linha da aprovação, mantém boa avaliação estratégica e é vista como capaz de conduzir a cidade no rumo certo.
Mas a predominância das classificações “regular” e a baixa lembrança espontânea de obras revelam limites claros: trata-se de uma gestão que funciona, mas ainda não se impõe como referência simbólica.
A fotografia final sugere um governo competente aos olhos da maioria, apoiado por diferentes segmentos sociais, mas sem uma narrativa transformadora.