Um grave ato de violência chocou a comunidade escolar de Pedregulho. A servidora da Educação, Sônia dos Santos Santana, atuando como diretora do Centro Educacional Unificado, foi fisicamente agredida pela mãe de um aluno dentro da unidade escolar. O fato ocorreu na última segunda-feira, 10.
A servidora, professora concursada há quase 20 anos na rede, registrou Boletim de Ocorrência e realizou exame de corpo de delito. A Prefeitura de Pedregulho ofereceu apoio à vítima.
Em áudios, a servidora agredida, que está substituindo a diretora da unidade, deu sua versão dos fatos. Ela relatou que o conflito começou meses atrás, em setembro, quando ela chamou a mãe para conversar sobre o comportamento do filho, um aluno de 3 anos.
"Eu chamei essa mãe, expliquei pra ela que ele estava tendo comportamentos inadequados", disse. A criança, vinda de outra cidade e em adaptação, não interagia, tinha problemas na fala e apresentava agressividade (cuspia, puxava cabelo, agredia colegas)."
Segundo a diretora, ela sugeriu à mãe que procurasse uma fonoaudióloga. Com o tempo, as agressões teriam se tornado "mais frequentes". Em um episódio recente, o menino teria acertado outra criança com um controle remoto da sala de aula.
"Eu chamei a mãe, conversei com a mãe, mostrei os vídeos [da criança sendo agressiva]", relatou. A mãe, no entanto, teria negado o comportamento do filho e, segundo a diretora, começou a fazer "lives" (vídeos ao vivo) "manchando a imagem da creche".
A agressão ocorreu na segunda-feira, 10, quando a mãe retornou à escola após duas semanas de ausência do filho. Sônia, "meio assustada com a situação", pediu que duas funcionárias a acompanhassem na reunião.
Na conversa, a mãe voltou a negar as atitudes do filho e exigiu as filmagens da escola. "Ela queria os vídeos da criança agredindo as outras crianças", explicou. "Eu não posso disponibilizar para essa mãe, porque não é uma coisa que a gente tem que ficar passando, eu seria antiética".
A diretora, então, informou à mãe que as imagens do circuito interno poderiam ser acessadas via Guarda Municipal. O estopim da agressão, segundo a diretora, foi quando ela afirmou que levaria o caso à polícia.
"Quando eu disse isso, que eu juntaria os vídeos dela [as 'lives'] com os relatos, e iria na polícia porque você está me acusando, ela bateu a mão na mesa e me agrediu", declarou a servidora.
Após a agressão, a polícia e a Guarda Municipal foram chamadas e levaram as partes à delegacia, onde foi registrado o Boletim de Ocorrência e fizeram o exame de corpo de delito.
Emocionalmente abalada, a diretora relatou ter passado mal. "Minha pressão subiu, eu tive que ir na Santa Casa, fiquei em observação, tive que tomar remédio na veia. Eu estou inconformada. A minha dor nem é física, a minha dor é interna", desabafou.
A servidora informou que recebeu apoio da Prefeitura. "O prefeito Cacá e a primeira-dama estiveram na escola hoje, me certificando que qualquer coisa necessária, eles estão à disposição, e me orientou a fazer acompanhamento psicológico".
A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Pedregulho emitiu uma Nota de Repúdio oficial sobre o ocorrido. No documento (datado de 10/11/2025), a pasta manifesta "profundo repúdio ao ato de violência" e confirma que a servidora foi "agredida fisicamente por uma mãe de alunos dentro do ambiente escolar, na presença de crianças e demais profissionais".
A Secretaria classifica o fato como "grave e inaceitável", afirmando que ele fere não apenas a integridade da profissional, "mas também os princípios do respeito, da convivência pacífica e da valorização dos educadores". A pasta reafirma seu compromisso com uma "cultura de paz" e espera que as autoridades competentes tomem as "providências cabíveis" para garantir a segurança dos profissionais.