13 de dezembro de 2025
PINGA DE 2 LITROS

Bares fechados em Franca por suspeita de metanol se defendem

Por Laís Bachur | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/PC
Bebidas apreendidas na operação contra bebidas adulteradas em Franca

Dois bares de Franca permanecem interditados por tempo indeterminado após um caminhoneiro ter recebido diagnóstico de intoxicação por metanol no sangue, segundo denúncia apresentada à Polícia Civil. A investigação apura possível adulteração de bebidas alcoólicas comercializadas nos estabelecimentos. Os bares foram internados nessa quinta-feira, 23, por falta de documento e venda de bebidas sem procedência.

As amostras dos líquidos apreendidos foram enviadas para análise pelo Instituto de Criminalística, e não há prazo para conclusão dos exames, conforme informou o delegado responsável pelo caso, Alan Bazalha Lope, da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes).

Os proprietários dos estabelecimentos falaram exclusivamente com o Portal GCN/Sampi nesta sexta-feira, 24, e negaram qualquer adulteração ou falsificação das bebidas.

Um dos locais interditados é o Bar do Pernambuco, no bairro Santa Efigênia, de onde foram levadas garrafas com bebidas sem rótulo. O proprietário, José Sebastião da Silva, declarou que nunca vendeu produtos que colocassem a saúde de seus clientes em risco. “Eles me levaram as pingas, alegando que um freguês veio aqui, tomou a pinga e passou mal. Isso não é verdade. É uma denúncia mentirosa. Há sete anos e meio vendo essa bebida e nunca ninguém passou mal”, afirmou.

José Sebastião também relatou indignação por ter o comércio fechado. “Me proibiram de trabalhar. Estou renovando a licença, que estava vencida. Fiz tudo certo e as pingas estão na Vigilância Sanitária. Disseram que tenho chance de pegar de volta, sendo que nem análise fizeram ainda.”

O proprietário confirmou que a bebida era vendida em garrafas PET sem rótulo ou prazo de validade, mas defendeu que cachaças industrializadas também não costumam apresentar essas informações de forma explícita. Ele afirmou ainda que sempre adquiriu o produto de um fornecedor de Franca, embora sem nota fiscal.

A outra interdição ocorreu na Mercearia Paula, no Jardim Redentor. O dono, Edvar Mendes de Paula, também sustenta que não há irregularidades no conteúdo vendido ao público.“Há mais de 35 anos estou aqui e há mais de 10 anos vendo essa mesma pinga. Sempre veio nessas garrafas e ninguém nunca passou mal”, declarou.

Edvar disse ter sido informado que as bebidas são produzidas em Sacramento (MG) e compradas de um fornecedor da própria cidade. Ele reconheceu falha na documentação do comércio, que estava com alvará vencido. “Erramos na parte burocrática, mas tudo que vendemos é de boa qualidade. Já estamos regularizando tudo. Estou com a consciência tranquila.”

Os bares foram fechados por apresentarem mercadorias sem rótulo, sem nota fiscal e fora dos padrões de qualidade exigidos, além de pendências nas licenças de funcionamento.

Fiscalização continua

Em nota, a Prefeitura de Franca reforçou que as fiscalizações continuarão. A Vigilância Sanitária constatou a falta de licença de funcionamento e a comercialização de bebidas fora dos padrões de qualidade, identidade e segurança. Os estabelecimentos foram interditados, as mercadorias apreendidas e as amostras enviadas para análise.

Segundo a Prefeitura, o processo administrativo segue seu rito, com possibilidade de multa. Na esfera criminal, a Polícia Civil instaurará inquérito para apurar possível crime contra a saúde pública.

A saúde do caminhoneiro que apresentou metanol no organismo ainda está sendo monitorada. Não houve novas informações sobre seu quadro de saúde. Novas atualizações devem ser divulgadas após o laudo pericial das bebidas.