Franca encerrou setembro de 2025 com US$ 22,8 milhões em exportações, praticamente no patamar do mesmo mês de 2024 (US$ 22,8 milhões) e mantendo um superávit de US$ 18,6 milhões na balança comercial. A estabilidade ocorre em meio ao início dos impactos do tarifaço dos Estados Unidos, que entrou em vigor no dia 6 de agosto, impondo 50% de taxas sobre produtos importados do Brasil - entre eles, calçados, couro e itens agrícolas, setores estratégicos para a economia francana.
A sobretaxa de 40% - totalizando 50% - sobre os produtos brasileiros foi anunciada pelo presidente Donald Trump como parte de uma política de proteção à indústria norte-americana. Mas no casos do Brasil, o governo americano deixou claro que a medida tem caráter político, na tentativa de livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro da Justiça.
A taxação elevou os custos de entrada no mercado dos EUA, que são o segundo principal destino das exportações de Franca, representando 18,9% dos embarques. Embora o efeito pleno da medida ainda não apareça totalmente nos números, agosto e setembro já indicam uma desaceleração no ritmo das vendas.
Em julho, por exemplo, as exportações foram de US$ 18,4 milhões, mas em agosto - primeiro mês afetado pelo tarifaço - houve um leve crescimento para US$ 18,5 milhões, porém abaixo dos US$ 18,8 milhões registrados no mesmo mês de 2024. Em setembro, a performance se manteve estável, o que sinaliza que parte dos exportadores está conseguindo contornar os efeitos iniciais da medida.
Para compensar os impactos das tarifas, os exportadores francanos têm ampliado negócios com outros mercados, sobretudo a Europa, que se tornou o principal destino dos produtos da cidade. A Itália lidera com 20,3% das exportações, seguida pelos Estados Unidos (18,9%), Canadá (9,4%), Argentina (6,5%) e China (4,2%).
Ao todo, o continente europeu responde por mais de 30% das vendas externas de Franca, ajudando a reduzir a dependência do mercado norte-americano.
O café continua sendo o produto mais exportado, representando 51,8% de tudo que Franca embarcou em setembro. Os calçados de couro aparecem em segundo lugar, com 21,9%, seguidos por produtos químicos e peptonas (9,9%). Os itens ligados ao couro e derivados também mantêm presença significativa, reforçando a vocação exportadora da cidade.
Mesmo com as incertezas provocadas pelo tarifaço, Franca manteve um superávit comercial expressivo: foram US$ 22,9 milhões exportados contra US$ 4,3 milhões importados em setembro. No ranking estadual, o município ocupa a 60ª posição em exportações e 254ª no ranking nacional, com participação de 0,3% nas exportações paulistas e 0,08% nas brasileiras.
O acumulado de janeiro a setembro de 2025, no entanto, mostra uma queda no volume total exportado, passando de US$ 237 milhões em 2024 para US$ 192 milhões em 2025, uma redução de cerca de 19%.