“A Igreja Católica sempre apoiou a política como um exercício do bem comum”, afirmou o bispo da Diocese de Franca, Dom Paulo Roberto Beloto. A declaração está alinhada com os objetivos da campanha Franca Tem Voz (#VoteFranca), que busca conscientizar a população sobre a importância de votar em candidatos regionais nas eleições de 2026. Dom Paulo defende o “voto consciente” e chama a atenção para os prejuízos que Franca sofre quando elege representantes de fora.
A campanha Franca Tem Voz é realizada por Acif, Cocapec, Unimed, GCN, Rádio Difusora e apoiada por CDL, Ciesp, OAB, Sebrae, Uni-Facef, Franca Basquete, Magazine Luiza e outras entidades e empresas. O objetivo é mobilizar a população para que Franca amplie sua representação na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e conquiste representação na Câmara dos Deputados, em Brasília.
"Essa campanha visa justamente incentivar os nossos eleitores a primeiro votar e depois escolher candidatos da região para esses dois cargos: deputado federal e deputado estadual, que, com certeza, vão pensar no bem-estar da nossa região e do nosso município. Então, tem o nosso apoio”, afirmou o bispo.
Assim como a campanha, o bispo reforçou que a Igreja não tem lado político nem partido, mas incentiva que os fiéis participem da vida pública, escolhendo candidatos próximos, que conheçam a realidade local e possam representá-los. "A Igreja Católica, é claro, não exerce a política partidária, mas ela dá toda a liberdade aos nossos eleitores de escolher com consciência e conhecer bem os candidatos. E o melhor caminho para conhecer os candidatos são os nossos, aqui da nossa região."
Dom Paulo contou que o convite para apoiar a campanha foi bem recebido e logo ganhou adesão entre os padres da cidade. “Eu fiquei até surpreso com o número de padres que aderiram a esse convite que foi feito a nós”. A proposta do Franca Tem Voz foi apresentada ao bispo e a outros 14 padres durante um encontro realizado na sede da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca), no dia 1º de outubro.
O bispo também fez um alerta sobre os prejuízos de não eleger representantes regionais. A ausência de parlamentares da região tem consequências diretas no repasse de verbas e na atenção a demandas específicas. “Perde, porque, infelizmente, na política, cada candidato que é eleito vai pensar mais no bem-estar da sua região e, na medida em que nós não temos representantes nossos, podemos perder muitas verbas, muitos incentivos e a aplicação da destinação desses recursos para tantas áreas.”
"Quando nós temos políticos da região, com certeza, eles vão ter essa preocupação, porque conhecem a região, conhecem as nossas necessidades e vão procurar destinar esses recursos para o nosso município e para a região", completou.
O religioso alerta para duas situações: quando o eleitor vota sem conhecer o candidato e quando o político eleito com votos locais pouco conhece a cidade. “À medida do possível, nós incentivamos aqueles que são daqui, os candidatos que nós conhecemos. Espero que haja toda uma comunhão aí com os partidos para indicar esses nomes; eles têm toda a liberdade para isso, e nós temos também a liberdade para votar e para eleger”, finalizou.