16 de dezembro de 2025
OUTRO LADO

Acusado de agressão na UPA se defende: 'Gritei de nervoso'

Por Laís Bachur | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Laís Bachur/GCN
UPA do Jardim Aeroporto onde tudo aconteceu e mãe e filho acusado de agressão

A confusão registrada na UPA do Jardim Aeroporto, em Franca, no último domingo, 17, ganhou um novo capítulo após o relato de Cristian Arevalo, 51 anos, que afirma ter sido vítima de agressões dentro da unidade de saúde enquanto acompanhava sua mãe de 72 anos em atendimento médico. Quatro dias depois, a mesma unidade de saúde seria palco de uma confusão ainda mais grave.

Leia mais:
Homem agride três funcionários em UPA do Aeroporto, em Franca

Caos em UPA de Franca tem troca de chutes e mulher presa

O boletim de ocorrência foi registrado inicialmente por funcionários da UPA, que relataram ofensas e confusão. No entanto, em entrevista exclusiva ao portal GCN/Sampi, na quarta-feira, 20, Cristian apresentou sua versão e afirmou ter sido espancado por seguranças e por um enfermeiro da unidade.

Segundo Cristian, tudo começou no sábado, 16, quando levou a mãe para atendimento após fortes cólicas renais. Ela foi medicada, passou por exames e liberada. No domingo, 17, retornaram para a continuidade do atendimento, conforme orientação médica, já que as dores persistiam.

Na recepção, Cristian pediu prioridade, explicando que sua mãe estava em crise de dor. O atendente, segundo ele, teria respondido de forma irônica: “Eu também já tive cólica de rins, ela precisa aguardar, há cinco idosos na frente”.

Sem alternativa, mãe e filho aguardaram até serem chamados para a triagem. No local, reencontraram o mesmo enfermeiro. Cristian relatou que, enquanto a pressão arterial da mãe era medida, ele tentou tirar uma foto para avisar ao vizinho - que cuidava da avó de 99 anos em casa - que poderiam buscá-los em breve.

Nesse momento, segundo o relato, o enfermeiro o impediu de fotografar, gerando o início da confusão. “Eu expliquei que não estava filmando ele, mas mesmo assim ele pulou na minha mão, arrancou meu celular. A segurança que estava na porta me deu uma rasteira, me derrubou e, quando tentei levantar, ela tirou o cassetete e começou a me bater. O enfermeiro me puxou pelo braço e me arrastou por um corredor, enquanto a segurança continuava me acertando.”

Cristian admitiu ter xingado o enfermeiro durante a briga. “Xinguei mesmo, de 'viado' - como ele disse - e de outros nomes. Eu estava apanhando, sem reação, e gritei de nervoso.”

A mãe de Cristian também relatou os momentos de desespero. “Eu gritava, pedindo para pararem de bater no meu filho. Eu estava desesperada. O enfermeiro ainda me empurrou na cadeira e disse: ‘Fica aí, não está acontecendo nada’. Mas como uma mãe poderia ficar parada vendo o filho ser agredido?”

Após a confusão, a Guarda Civil Municipal foi acionada. Cristian recusou-se a ir à delegacia de imediato, alegando não poder deixar a mãe sozinha, já que são recém-chegados de Santos a Franca e não conheciam ninguém na cidade. A Polícia Militar então conduziu Cristian à CPJ (Central de Polícia Judiciária), apreendeu o celular e deixou a idosa sozinha na unidade.

“Eu chorei desesperada, não sabia o que fazer. Estava sem celular, sem dinheiro para chamar um carro. Só me largaram lá. Por sorte, um homem que estava na UPA se ofereceu para me levar até a delegacia, onde consegui reencontrar meu filho”, contou a idosa.

Em nota, a Prefeitura de Franca informou que toda a ocorrência foi registrada pelas câmeras de segurança da unidade. O material, segundo a Secretaria de Saúde, confirma os procedimentos corretos adotados pelos profissionais e já foi encaminhado às autoridades competentes, que devem analisar o caso.