15 de dezembro de 2025
NA MARÉ ALTA

Manobra tenta conter colapso de praia em Balneário Camburiú

Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Prefeitura de Balneário Camboriú
Praia Central de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, ganhará um muro subterrâneo para proteger a orla contra os efeitos da maré alta

A Praia Central de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, ganhará um muro subterrâneo para proteger a orla contra os efeitos da maré alta.

Primeiro trecho do muro, com cerca de 1.500 metros de extensão, começou a ser construído na semana passada. De acordo com a prefeitura, toda a reurbanização do trecho, que vai da rua 3920 ao molhe da Barra Sul, deve ficar pronta em até 20 meses, a contar de 1º de julho, quando a ordem de serviço foi assinada.

Estrutura terá mais de dois metros de profundidade. Ela servirá para proteger a urbanização e a calçada da praia, também segundo a prefeitura. O procedimento de macrodrenagem, para controlar o fluxo de água na faixa de areia, também faz parte do projeto.

Praia passou por megaobra para alargar faixa de areia de 25 a 70 metros, em média. Desde que foi concluída, em dezembro e 2021, poças e valetas se formam na areia em períodos de maré cheia. Um dos objetivos da obra é justamente evitar esse tipo de problema.

Além do muro e da macrodrenagem, valor contempla outras melhorias na orla da Praia Central. Conforme a prefeitura, são previstas: pista de corrida, via para micromobilidade, ciclofaixa, paraciclos, dog parks, academias ao ar livre, quiosques, canchas de bocha, paisagismo e ampliação da área verde.

A FJ Construtora LTDA venceu licitação e ficará a cargo de toda a construção. O valor de mais de R$ 31 milhões contempla mão de obra e material.

Mais R$ 3,7 milhões serão gastos com iluminação. Esta parte do projeto será de responsabilidade da empresa Mercolux Comercial Elétrica LTDA.

Além dos 5,8 km de praias alargadas em Balneário Camboriú, Santa Catarina aumentou a faixa de areia em outras seis praias. Geralmente, o processo é feito com a retirada de areia do fundo do mar.

Copacabana, no Rio de Janeiro, foi uma das primeiras a passar por esse tipo de intervenção no Brasil, ainda na década de 1970. Nos últimos anos, no entanto, obras semelhantes se tornaram mais comuns, e estão sendo planejadas e executadas em diversos locais do litoral brasileiro.

Medida simplista para problema complexo. Um estudo do Programa Ecoando Sustentabilidade da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) analisou o cenário catarinense e fez diversos questionamentos. "Como as praias de interesse para alargamento são todas ocupadas, a ação humana afeta sobremaneira a largura da praia. Assim, o foco no alargamento da praia é uma medida simplista que tenta resolver um problema socioambiental complexo com uma única ação, ou seja, a adição de sedimentos", escreveram os pesquisadores em nota técnica.

Praias alargadas enfrentam problemas. Entre eles estão: processos erosivos intensos, dificuldade para atracar barcos na marina e perigo aos banhistas, com o aumento do registro de afogamentos.