A Justiça do Estado de São Paulo marcou para o dia 25 de setembro, às 9h, no Fórum de Franca, o novo julgamento do ex-policial militar Tiago Morais Lopes, acusado de matar o barbeiro Matheus Gustavo Silva, de 25 anos, em julho de 2020.
O primeiro júri, realizado em junho de 2024, terminou com a absolvição de Tiago, mas a decisão foi anulada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que determinou a realização de um novo julgamento e, em sequência, a expulsão do militar.
A mãe de Matheus, Simone Silva, disse que a família aguarda que a Justiça seja feita após cinco anos de espera. “Espero que a Justiça olhe para o Matheus. Acredito na Justiça. A gente clama pela Justiça. Meu filho foi executado. Já se passaram cinco anos. Esperamos que ele saia de lá do júri preso”, afirmou.
Muito abalada, ela contou sobre a falta que o filho faz no dia a dia. “Ele faz muita falta, era meu único filho. Mateus era uma pessoa boa, cuidava da bisavó. Ele faz muita falta na família. É ano novo, dia das mães... é uma dor que não passa, mas esperamos que a Justiça seja feita”, completou.
A morte de Matheus aconteceu na madrugada de 11 de julho de 2020, no cruzamento das avenidas Brasil e Francisco Delfino dos Santos, no Jardim Paulistano, na região Leste de Franca.
Câmeras de segurança registraram toda a ação. Nas imagens, Matheus aparece descendo de um carro Volkswagen Voyage junto com Tiago. Após uma breve discussão, o policial foi embora, mas voltou minutos depois. Ao retornar, circulou pela região e atirou contra o barbeiro, que morreu no local após ser atingido por dois disparos — um nas nádegas e outro nas costas.
Momentos antes de morrer, Matheus chegou a ligar para o 190, afirmando que estava sendo seguido por um carro prata e que o motorista estaria armado.
Após o crime, Tiago se apresentou à DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e alegou que reagiu a uma tentativa de assalto. A versão foi contestada pela família de Matheus.
Indiciado por homicídio qualificado, Tiago foi levado a júri popular em 13 de junho de 2024. A defesa sustentou a tese de legítima defesa, alegando que a vítima estaria embriagada e teria ameaçado o policial.
Na ocasião, os jurados decidiram pela absolvição. A decisão, porém, foi anulada meses depois pelo Tribunal de Justiça, que apontou falhas no julgamento e determinou a realização de um novo júri.
Enquanto o processo criminal seguia na Justiça, Tiago também foi alvo de investigação interna na Corregedoria da Polícia Militar. Em março de 2025, quase cinco anos após o crime, foi publicada no Diário Oficial a sua expulsão da corporação.
O procedimento disciplinar concluiu que a conduta do então sargento, que tinha 18 anos de carreira, era incompatível com a função pública.