09 de dezembro de 2025
AGRESSÃO NA UBS

Vamos atrás até ela ser condenada, diz Alexandre sobre agressora

Por Pedro Baccelli | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Sampi/Franca
Pedro Dartibale/GCN | Reprodução
Alexandre Ferreira, em entrevista à Rádio Difusora, nesta terça-feira; e a cena da agressão na UBS

O caso da auxiliar de enfermagem agredida por uma paciente na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Luiza, em Franca, nessa segunda-feira, 4, deve ganhar novos capítulos - mas, desta vez, na Justiça. O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) afirmou que a administração municipal irá atrás da agressora até que ela seja condenada criminalmente. A declaração foi dada ao jornalista Corrêa Neves Jr., durante entrevista ao programa A Hora É Essa!, da Rádio Difusora, nesta terça-feira, 5.

“Essa moça vai servir de ‘didática’. Nós vamos atrás até ela ser condenada criminalmente por desacato, por ter agredido uma pessoa e por ter feito o que fez na unidade. Ela não só fez a agressão à moça, como também desestabilizou todo o atendimento”, disse o prefeito.

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Alexandre destacou que a profissional de saúde agredida está sendo acompanhada por médicos. “O atendimento psicológico dela é hoje (nesta terça-feira). A gente vai prestar para o grupo também. Vai dar suporte”.

Segundo ele, a equipe da Prefeitura foi à unidade no mesmo dia da agressão para entender o que tinha acontecido. “Ontem (segunda-feira) já falamos na unidade: o que aconteceu e como aconteceu? A gente acompanhou na polícia, acompanhou o boletim de ocorrência”.

De acordo com a vítima, em entrevista ao Portal GCN/Sampi, a agressora - uma mulher de 39 anos - já havia demonstrado insatisfação com um atendimento anterior. Ela teria reclamado de dor durante a aplicação de uma medicação endovenosa (diretamente na veia) e afirmou que não queria mais ser atendida pela técnica. A profissional explicou que respeitou a decisão e, desde então, sempre pedia para que outro colega realizasse o atendimento.

“Qualquer coisa que você vá espetar, cortar ou injetar nas pessoas gerará dor. Até aí, então, não tem nenhum procedimento equivocado por parte da técnica de enfermagem. Não rompeu veia, não sangrou, não fez hematoma, porque não existe relato disso. Ela simplesmente achou que doeu a injeção que ela tomou”, afirmou o prefeito.

Não tem o que fazer

Ainda segundo a vítima, a unidade remarcou o atendimento da agressora para o mesmo dia, cerca de duas horas após o ocorrido. Sobre isso, Alexandre explicou que os serviços de saúde ficam de mãos atadas por conta das regras do SUS (Sistema Único de Saúde). “Falar que ela não deveria ser atendida no SUS, infelizmente (neste caso) ele é universal e a gente tem que atender. Seria bom se tivesse um dispositivo até para ‘ouvir esse tipo de conduta’. Ela tem que ser punida da maneira correta, e não cerceando o acesso.”

Pessoas assim, segundo Alexandre, são comuns nos serviços de saúde. “Se o atendimento dela for transferido para outra unidade, ela vai causar problema na outra unidade também. Ela tem que ser punida severamente pela polícia e pela justiça, e é disso que vamos atrás agora”.

Difícil não revidar

O prefeito, por fim, abordou o sangue frio que os colegas precisam ter para não perderem a razão durante discussões ou agressões provocadas por usuários da rede pública de saúde. “É muito difícil você ver um colega sendo agredido e não revidar, afinal ele está aqui do seu lado o tempo inteiro. Você vê que o procedimento dele está correto, e aí você o vê sofrendo uma ameaça; é muito difícil controlar as ações”.

“E quando um servidor, após um ataque desmedido, vai se defender ou defender seu colega e, eventualmente, conter a pessoa, aquilo se inverte e vem para cima do servidor como se o servidor fosse o culpado de todo o processo”, finalizou.