O Hospital Estadual de Franca poderá ser nomeado "Bispo Dom Diógenes Silva Matthes". O projeto de lei, de autoria da deputada estadual Delegada Graciela (PL), foi apresentado na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). O hospital ainda está em obra e tem previsão de entrega para 2025.
O projeto foi publicado no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira, 4, com o número 682/2025. Agora, o documento será encaminhado para trâmite nas Comissões da Alesp, para, posteriormente, entrar em pauta para votação, sem data definida.
A unidade de saúde, que poderá ser denominada "Bispo Dom Diógenes", tem um investimento estimado em R$ 165 milhões, compreendendo 225 leitos, sendo 150 de Clínica Médica e Cirúrgica. A unidade beneficiará, além de Franca, outros 22 municípios, totalizando uma população de cerca de 720 mil pessoas.
A deputada justifica a homenagem pela trajetória marcante do bispo à frente da Diocese de Franca, onde dedicou mais de 35 anos de sua vida à comunidade católica da cidade. Ele pediu renúncia no dia 29 de novembro de 2006, devido a limitações de saúde, tornando-se bispo emérito da Diocese de Franca. Dom Diógenes morreu aos 85 anos, no dia 20 de novembro de 2016, vítima de um infarto.
Dom Diógenes Silva Matthes nasceu no dia 12 de outubro de 1931, em Serrania, então distrito de Alfenas, Minas Gerais. Filho de Gustavo e Aparecida, foi o primeiro de sete irmãos. Foi registrado em Caconde (SP), no dia 8 de dezembro. Na cidade natal, aprendeu o ofício de alfaiate.
Na infância, sempre participou de atividades na igreja e aprendeu a missa em latim. Entrou logo no seminário, onde fez Filosofia e Teologia no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo. No dia 29 de junho de 1957, na Catedral da Sé, em São Paulo, foi ordenado sacerdote. Como padre, assumiu a função de Diretor Espiritual do Seminário em Ribeirão Preto, chanceler do Arcebispado, pároco e outras funções.
A primeira paróquia de Dom Diógenes foi em Santa Rita do Passa Quatro, onde permaneceu por seis anos. Depois, foi pároco na Catedral de São Sebastião, em Ribeirão Preto. Foi nomeado primeiro bispo da Diocese de Franca no dia 18 de março de 1971, e sua ordenação episcopal ocorreu no dia 11 de junho, na Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto. No dia 12 de junho, tomou posse da Diocese de Franca. Sua renúncia foi aceita no dia 29 de novembro de 2006, devido a limitações de saúde, e ele se tornou bispo emérito da Diocese de Franca. Dom Diógenes faleceu aos 85 anos, no dia 20 de novembro de 2016.
Em Franca, Dom Diógenes foi responsável pela ordenação da maioria dos padres da diocese (ele contabiliza mais de 70) e pela criação de várias paróquias. Também era responsável pela Pastoral da Família, com atenção especial aos casais em segunda união. Entre seus feitos, destacam-se a construção do Carmelo Santa Teresa e Santa Myriam de Jesus Crucificado e do Seminário Diocesano.
O milagre de canonização de Santa Gianna Beretta Molla (milagre, em 17 de fevereiro de 2000, e canonização, em 16 de maio de 2004, por São João Paulo II) aconteceu na cidade de Franca, com a participação de Dom Diógenes. Foi ele quem orientou o casal a manter uma gravidez de risco e pedir a intercessão desta mãe e médica italiana. Também participou do processo de beatificação da fundadora do Instituto Jesus Maria José, Madre Rita Amada de Jesus.
Nas três décadas e meia em que foi bispo diocesano, Dom Diógenes teve a oportunidade de conhecer três papas: Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, além de Pio XII, quando ainda era padre.