O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), participou de um evento em Franca nesta sexta-feira, 1º, com empresários, na sede do sindicato das indústrias. Antes da palestra, Zema atendeu à imprensa e respondeu a perguntas sobre a atual situação do Brasil em relação ao tarifaço, além de criticar o Brics — grupo de países que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros atinge também o setor calçadista, uma das principais atividades de Franca. “O tarifaço é muito preocupante, apesar de que quase metade do que havia sido inicialmente afetado já foi equacionado com as exclusões dos últimos dias. Mas, mesmo assim, ainda temos uma longa tarefa pela frente”, disse o governador de Minas, que deve lançar sua pré-candidatura à Presidência do Brasil no dia 16 de agosto, na capital paulista.
O governador destacou que o governo mineiro está trabalhando para minimizar os impactos do tarifaço e que espera que o café e os calçados sejam excluídos das medidas. “Disponibilizamos duas ações de imediato: linhas de crédito no valor de R$ 200 milhões via Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, com juros subsidiados — 0,9% ao mês — e também R$ 100 milhões de crédito de ICMS de exportação para as empresas que deveriam receber esse valor.”
Sobre o imbróglio referente à taxação dos produtos brasileiros, que envolve os nomes do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Zema acredita que a retaliação está conectada ao Brics.
“O Brics é uma união de países que não têm nada em comum, a não ser, me parece, ficar questionando a ordem econômica do mundo, questionando o dólar. Ninguém impôs o uso do dólar. O dólar foi adotado porque os Estados Unidos cresceram muito mais do que outros países. O sistema métrico decimal é usado. Será que vamos questionar o sistema métrico decimal também? Vamos começar a usar polegadas aqui no Brasil? Nosso presidente só sabe questionar e pouco fazer. O resultado está aí.”
O governador de Minas, que já se posicionou contra o Brics, disse que o grupo é um "Frankenstein". “Não temos nenhuma história em comum com a Rússia, a China ou a Índia. São continentes diferentes, não são países cristãos — nós somos cristãos — e, geograficamente, estão do outro lado do mundo. Não há nenhum país próximo. Então, esse Brics, para mim, é quase um Frankenstein, feito só para questionar.”
Durante o evento, Zema recebeu o "Colar de Honra ao Mérito Legislativo Dr. Mansur Jorge Said", das mãos do vereador e presidente da Câmara de Franca, Daniel Bassi (PSD).