O julgamento do motorista acusado pela tragédia que matou 12 estudantes e deixou outros feridos foi realizado nessa quinta-feira, 24, de forma on-line, no Fórum de Nuporanga. Foram ouvidas 17 testemunhas, além da defesa, acusação e do próprio réu.
Evandro Rogério Leite, de 51 anos, é o condutor da carreta que colidiu com um ônibus universitário na noite de 20 de fevereiro.
Ele responde por 12 homicídios culposos, quando não há intenção de matar, com agravantes por omissão de socorro, abandono do local do acidente e lesões corporais culposas. Atualmente, está em liberdade, mas com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa.
A audiência on-line gerou frustração entre os familiares, que organizaram um protesto pacífico em frente ao fórum e cobraram por justiça. Muitos queriam assistir à sessão, mas foram impedidos.
O laudo pericial, divulgado em junho, aponta que Evandro dirigia a 80 km/h. A carreta saiu da pista à direita, bateu em um declive e, ao tentar retornar à rodovia, cruzou para o lado oposto, atingindo o ônibus de frente.
O que mais revolta as famílias é o agravante de que, após o impacto, Evandro fugiu do local e se escondeu em um canavial, sem prestar qualquer tipo de ajuda às vítimas — muitas ainda presas às ferragens ou agonizando.
O teste do bafômetro, feito posteriormente, deu negativo para álcool, e a defesa sustenta que o motorista não estava cansado, atribuindo a causa a problemas na pista.
A decisão da Justiça deve sair nas próximas semanas, mas para os pais e familiares das vítimas, a dor permanece – e a esperança é por uma condenação digna.
O acidente aconteceu na estrada vicinal Jorge Luiz, entre Nuporanga e São José da Bela Vista. O ônibus retornava da Unifran (Universidade de Franca) levando estudantes para São Joaquim da Barra, quando foi atingido na lateral esquerda pela caçamba vazia da carreta, que havia invadido a pista contrária após perder o controle.