Carlos Henrique Cordeiro Neves, preso na última sexta-feira, 27, em Ponta Grossa (PR), suspeito de furtar igrejas da região de Franca, usava o título de pastor evangélico para ganhar a confiança de líderes religiosos e obter informações privilegiadas sobre templos que, dias depois, seriam furtados por ele.
A prisão de Neves aconteceu durante a operação Falso Profeta, deflagrada pela Delegacia de Monte Azul Paulista (SP), com apoio da Polícia Militar do Paraná e da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Bebedouro.
Segundo as investigações, ele se apresentava como pastor da Igreja Deus é Amor e frequentava cultos antes de invadir os templos, sempre com o mesmo modo de agir: arrombamento de portas e violação de cofres.
“Ele usava a religião como escudo. Se passava por alguém de confiança, participava das atividades da igreja e, com isso, conseguia informações importantes, como onde ficavam os cofres ou quais entradas estavam vulneráveis”, disse o delegado Flávio Tavares à EPTV Ribeirão.
Apesar de possuir três veículos próprios, Neves alugava carros para cometer os crimes, o que, segundo a polícia, era uma forma de despistar a investigação. O rastreamento de um desses veículos foi essencial para localizá-lo em diferentes cidades onde ocorreram os furtos.
“Ele era cliente premium em locadoras, sempre usava veículos alugados. Acreditamos que ele viajava pelo país com o objetivo de furtar. A própria esposa dele contou que ele vivia na estrada.”
Os crimes mais recentes ocorreram em Monte Alto (SP), Severínia (SP) e Monte Azul Paulista. Em um dos casos, Neves voltou à igreja horas após o arrombamento e furtou R$ 800 em doações. Em outro, levou R$ 30 mil. O histórico do suspeito inclui prisões em flagrante por crimes semelhantes nas cidades de Pirituba (SP) e Santo André (SP).
Com base nas provas, a Justiça decretou a prisão preventiva. A Polícia Civil segue apurando a atuação de Neves em outras cidades e estados. Ele deve responder por furto qualificado, crime com pena prevista de dois a oito anos de prisão.