A Diocese de Franca vive nesta quinta-feira um momento de profunda memória, gratidão e esperança. Neste dia 12 de junho, data que marca o aniversário de sua instalação canônica, a Igreja Católica local recorda com carinho e reverência a figura de Dom Diógenes Silva Matthes, falecido em 2016, celebrando também nesta última quarta-feira, 11, o aniversário de sua ordenação episcopal.
Dom Diógenes, que esteve à frente da Diocese por mais de três décadas, foi o primeiro bispo de Franca e permanece vivo na memória da comunidade diocesana não apenas por sua longa presença, mas pelo impacto duradouro de seu pastoreio.
O atual bispo de Franca, Dom Paulo Roberto Beloto, que chegou à diocese em 2013, compartilhou lembranças comoventes de sua convivência com Dom Diógenes, destacando sua acolhida calorosa e discreta, bem como a profunda espiritualidade que marcava sua vida e ministério.
Ao assumir a Diocese de Franca, Dom Diógenes encontrou uma realidade desafiadora: poucos padres, recursos escassos e uma estrutura pastoral ainda em formação. Com determinação e coragem, lançou as bases de uma organização eclesial sólida, estimulando a criação de pastorais, fortalecendo os seminários, formando presbíteros e estruturando novas paróquias. Sua devoção a Nossa Senhora Aparecida, São José e aos santos alimentava sua missão, mesmo quando a saúde já não colaborava.
“Dom Diógenes tinha uma memória admirável e o hábito de registrar tudo. Guardava cartas, datas, acontecimentos. Era um pastor com coração de pai e alma de cronista”, lembra Dom Paulo Beloto.
A última recordação pessoal entre os dois bispos ocorreu pouco antes do falecimento de Dom Diógenes, durante um almoço em família, repleto de emoção, uma despedida silenciosa, mas repleta de significado.
Neste 12 de junho, a Diocese celebra 54 anos de existência. A efeméride é oportunidade para louvar a Deus pelos frutos cultivados desde os tempos fundacionais, frutos que trazem as digitais de pastores como Dom Diógenes, Dom Caetano Ferrari e Dom Pedro Luiz Stringhini.
Sob a coordenação atual de Dom Paulo Beloto, a Diocese continua a expandir sua ação evangelizadora por meio de diversos organismos e pastorais. São 45 paróquias, dezenas de capelas urbanas e rurais, seminários em várias etapas formativas, e uma ampla rede de conselhos e organismos que colaboram com o planejamento e a execução da missão da Igreja.
Destacam-se ainda movimentos e pastorais que tornam a fé viva e encarnada na realidade do povo: Encontro de Casais com Cristo, Caminho Neocatecumenal, Cursilhos, Renovação Carismática, Focolares, Hallel, Legião de Maria, Pastoral da Criança, Carcerária, da Sobriedade, Pastoral da Comunicação, e tantos outros.
A ação social também é um pilar forte, com destaque para a Cáritas Diocesana, coordenada pelos diáconos permanentes, e diversas iniciativas voltadas aos mais necessitados, idosos, dependentes químicos, famílias vulneráveis e comunidades periféricas.
No contexto do Ano Jubilar, a Diocese vive um tempo de esperança, como destaca Dom Paulo Beloto em sua mensagem pastoral. “Somos peregrinos da esperança. Celebrar o aniversário da diocese é ocasião para louvar a Deus e rezar, pedindo a luz do Espírito e a intercessão de nossa padroeira, a Imaculada Conceição, para nos guiar em nossas ações pastorais e nos fortalecer na fé, esperança e caridade.”
Mas os desafios continuam. A evangelização nas periferias urbanas, a formação de novos padres, a presença da Igreja na vida pública e no mundo da educação e saúde estão entre as prioridades. A cultura urbana, com sua complexidade e velocidade, exige uma Igreja em constante escuta e renovação missionária, diz o bispo.