O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica norreu na tarde dessa terça-feira, 13, aos 89 anos, após uma longa batalha contra um câncer no estômago. Reconhecido mundialmente por sua simplicidade, discursos humanistas e defesa dos valores democráticos, Mujica deixou um legado político marcado pela luta por justiça social, inclusão e integração latino-americana.
Em agosto de 2016, Mujica visitou a cidade de Franca onde proferiu uma palestra histórica na XIV Semana de Relações Internacionais da Unesp (Universidade Estadual Paulista), realizada no ginásio do Pestalozzi, para um público estimado em 2,5 mil pessoas. Durante sua fala, o ex-presidente uruguaio reforçou a necessidade de uma América Latina mais unida, tanto econômica quanto intelectualmente.
"Se cometermos o erro de não formar uma massa econômica crítica importante, se não juntarmos a inteligência de nossos jovens, de nossas universidades, e não criarmos um sistema comum de pesquisa para sermos donos do conhecimento, nunca vamos conseguir alcançar a distância a que o mundo central nos leva", alertou Mujica, em seu discurso.
Além de destacar a importância da integração regional, Mujica também enfatizou que os governos devem sempre atuar em benefício do povo, rejeitando práticas autoritárias e regimes de exceção.
Na ocasião, Mujica havia deixado recentemente a presidência do Uruguai, cargo que ocupou de 2010 a 2015, período em que ganhou destaque internacional por adotar políticas progressistas e por seu estilo de vida austero.