Francisco de Assis Sobrinho, de 67 anos, acusado de matar Tiago Andrade Martins, de 35, na noite da última sexta-feira, 2, no bairro Parque das Árvores, em Franca, se apresentou voluntariamente na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) na manhã desta quarta-feira, 7. Ele alegou que o crime foi cometido em legítima defesa.
Segundo o delegado Márcio Murari, responsável pelo caso, Francisco afirmou que havia desavenças antigas de ordem familiar entre ele e Tiago, envolvendo questões pessoais que se arrastavam há anos. Durante o depoimento, o acusado disse que carregava uma faca por hábito profissional, já que trabalha como pedreiro, e que usou a arma ao se sentir ameaçado.
Ainda de acordo com o delegado, o advogado de Francisco havia feito contato prévio com a delegacia, informando que o cliente desejava se apresentar. Ele foi indiciado por homicídio simples e não possui antecedentes criminais.
O acusado declarou que, no momento do confronto, a vítima teria avançado contra ele, o que motivou o uso da faca. Francisco também alegou ter sido alvo de ofensas discriminatórias por parte de Tiago, inclusive por sua origem nordestina.
A versão do autor, no entanto, é contestada pela família da vítima. Amanda Martins, irmã de Tiago, afirmou que o crime foi premeditado. “Ele fez tudo planejado. Só estava esperando uma brecha que, infelizmente, conseguiu. Nada justifica tirar a vida de alguém”, declarou. A família também contratou um advogado.
O delegado Murari ressaltou que as investigações continuam para esclarecer o histórico de conflitos entre os dois homens. “Vamos reunir todos os elementos, traçar o histórico da relação entre eles e encaminhar o caso à Vara do Júri de Franca e para o Ministério Público, que decidirá se prosseguirá ação penal”, concluiu.