O assassinato de Adejunio Sebastião da Silva, de 52 anos, ocorrido na última sexta-feira, 2, em Claraval (MG), ganhou novos desdobramentos após o depoimento de testemunhas que contestam a versão apresentada por Júlio César da Silva, de 35 anos, preso em flagrante pelo crime.
Segundo a Polícia Militar, Adejunio foi esfaqueado diversas vezes dentro de sua residência, após uma discussão com Júlio, com quem já teria tido desentendimentos anteriores. O acusado se apresentou voluntariamente no quartel da PM, onde afirmou que o crime foi motivado por uma suposta tentativa de assédio contra sua mãe por parte da vítima.
No entanto, vizinhos e familiares de Adejunio negam essa versão e afirmam que o crime teria origem em uma briga envolvendo drogas e um desentendimento por um pacote de arroz. Uma testemunha relatou que, no dia anterior ao crime, Adejunio expulsou Julio e sua mãe de sua casa após um desentendimento. “Some daqui, não quero vocês aqui”, teria dito.
De acordo com o relato, o agressor e uma mulher, que seriam usuários de drogas, teriam tentado retornar à residência para consumir entorpecentes, o que foi impedido por Adejunio. A discussão teria começado após a vítima reclamar de um pacote de arroz que havia sido emprestado, mas nunca devolvido.
Um sobrinho da vítima, que tentou socorrer o tio durante o ataque, confirmou a versão dos vizinhos. Segundo ele, o tio estava apenas tentando afastar o casal de sua casa quando foi surpreendido pelo retorno de Júlio, horas depois, já armado com uma faca.
“As testemunhas disseram que ele inventou essa história do assédio pra tentar aliviar a pena, mas não tem nada disso. Foi uma vingança, uma maldade”, afirmou um morador.
A Polícia Civil segue investigando o caso e deve ouvir novas testemunhas nos próximos dias. Júlio César da Silva permanece preso na Cadeia Pública de Passos (MG), e deve responder por homicídio qualificado.