Quase dois anos depois do crime, a verdade veio à tona. Em depoimento prestado nesta quarta-feira, 9 de abril, na sede da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Franca, o acusado Wyngleston Crispim, de 27 anos, confessou ter sido o autor do assassinato de Antônio Carlos Neto da Costa de 33 anos, ocorrido em dezembro de 2022, em uma área rural entre Franca e Ribeirão Corrente.
Acompanhado de sua advogada, Kellen Alves, o investigado revelou em detalhes os motivos que o teriam levado crime. Segundo ele, a relação com a vítima começou cerca de quatro anos antes, marcada inicialmente por ajuda mútua. Antônio teria pedido emprego e, numa tentativa de ajudá-lo, Wyngleston emprestou algumas máquinas. O que parecia uma relação de confiança, no entanto, se desfez quando o autor descobriu que os equipamentos haviam sido vendidos sem sua autorização.
A tensão aumentou após uma discussão envolvendo um suposto débito relacionado à compra de um Ford Fiesta. Antônio teria afirmado que Wyngleston ainda devia parcelas do veículo, o que o acusado nega, alegando já ter quitado tudo.
Segundo o depoimento, as ameaças passaram a envolver familiares. E o estopim da tragédia ocorreu no dia do crime, após um encontro em um bar no bairro City Petrópolis. Sob o efeito de álcool e drogas, Antônio e Wyngleston seguiram para uma festa em uma chácara, acompanhados de duas mulheres.
A noite, que começou com música e confraternização, logo se transformou em tensão. Uma discussão evoluiu para agressão física, com Antônio atacando Wyngleston com um pedaço de pau, conforme relatado. Após a intervenção de um amigo para cessar a briga, os dois deixaram a festa.
Foi do lado de fora, em meio à escuridão de uma área de mata próxima a um córrego, que a situação atingiu seu ponto final. De acordo com o depoimento, Antônio teria novamente feito ameaças e insinuado que pegaria uma arma no carro. Temendo ser atacado, Wyngleston diz que sacou sua pistola e atirou três vezes, atingindo Antônio na cabeça e na mão. A vítima caiu no córrego e morreu no local.
Após o homicídio, Wyngleston retornou à festa sem dizer uma palavra sobre o que havia acontecido. Dias depois, vendeu a arma do crime, uma pistola, reconhecida por ele em imagem apresentada pelos investigadores, a um desconhecido em Ribeirão Preto.
Com a confissão registrada e evidências colhidas, o homem foi levado para a penitenciária de Serra Azul.