23 de dezembro de 2025
ATOS GOLPISTAS

PF tenta 10 milhões de vezes desbloquear celular de francano

Por Hevertom Talles | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Redes Sociais
Renato Marchesini Figueiredo, durante manifestação na rodovia Cândido Portinari, em Franca

O nome de um morador de Franca voltou a ser citado em meio às investigações dos atos golpistas que ocorreram em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. De acordo com a coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles, a Polícia Federal tentou, sem sucesso, mais de 10 milhões de vezes desbloquear o celular de Renato Marchesini Figueiredo.

De acordo com a com a coluna, Marchesini foi preso pelos atos de vandalismo, mas obteve liberdade provisória dez dias depois, mediante audiência de custódia. Como parte das medidas cautelares, ele foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de utilizar redes sociais.

O portal destacou que, antes de ser detido, Marchesini atuava em uma empresa de consórcios automotivos e imobiliários em Franca. Em 2021, passou a se envolver mais ativamente em manifestações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e, durante a campanha presidencial de 2022, chegou a divulgar conteúdos nas redes sociais com ataques ao STF e ao TSE, além de mensagens de apoio a figuras como Roberto Jefferson, Regina Duarte e Paulo Guedes.

A última publicação feita por ele em suas redes sociais foi em 12 de dezembro de 2022. Nos vídeos anteriores, o francano aparece em manifestações e acampamentos em frente a quartéis do Exército, inclusive em Franca, onde afirmou: “Franca, 3 de novembro de 2022. A resistência continua. SOS Forças Armadas”.

Celular resiste a 10 milhões de tentativas de desbloqueio

Uma das dificuldades enfrentadas pela Polícia Federal na investigação, conforme revelou o Metrópoles, é o acesso ao conteúdo do celular de Marchesini. A tentativa de quebra de senha envolveu mais de 10 milhões de combinações, usando o software Cellebrite Premium, tecnologia utilizada para acessar dados criptografados em dispositivos móveis.

Mesmo com o uso de um “dicionário” baseado em informações pessoais de Marchesini, a PF não conseguiu acessar os dados do aparelho, um Samsung Galaxy A30 com a tela rachada. O relatório pericial aponta que o celular foi devolvido ao setor responsável da PF junto com o laudo técnico, sem que o conteúdo fosse acessado.

Termos que estão na mira do STF

Ainda segundo o portal Metrópoles, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a PF buscasse, no celular do francano, pelo menos 36 termos relacionados a discursos golpistas, entre eles: “golpe”, “artigo 142”, “ditadura”, “Forças Armadas”, “militar”, “exército”, “intervenção”, “intervenção militar”, “SOS Forças Armadas”, “impedir a posse”, “manifestação”, “manifestação política”, “acampamento”, “QG do Exército”.“desobediência civil”, “invasão”, “invadir”, “invadir os prédios”, “invadir os Poderes”, “limpeza dos Três Poderes”, “danificar”, “quebrar”, “destruir”, “Alexandre de Moraes”, “morte ao Xandão”, “STF”. O objetivo é determinar o grau de envolvimento de Marchesini nos ataques do dia 8 de janeiro.

O francano foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, golpe de Estado e dano qualificado contra o patrimônio da União, segundo o portal.

Segundo a coluna, ele deve ser ouvido na próxima terça-feira, 15, em audiência de instrução e julgamento marcada pelo STF, que será realizada por videoconferência. Entre as testemunhas de acusação estão o comandante do Bope da Polícia Militar do Distrito Federal e outros três policiais militares que atuaram na operação.