27 de abril de 2025
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Cartão-alimentação, assessores e mais vereadores são rechaçados

Por Corrêa Neves Jr. | Editor do GCN/Sampi
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
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Vereadores Daniel Bassi (PSD), Walker Bombeiro (PL) e Marcelo Tidy (MDB), integrantes da Mesa Diretora, durante sessão da Câmara Municipal

A conta chegou - e veio pesada. O conjunto de pautas-bomba aprovadas pelos vereadores neste início de mandato, no mais das vezes em regime de urgência, sem discussão prévia ou debates amplos, foi um desastre para a imagem da Câmara Municipal e dos próprios parlamentares. O desgaste, que era perceptível, ganha contornos mais definidos e respaldo científico a partir dos dados extraídos de pesquisa contratada pelo portal GCN/Sampi junto ao instituto Ágili.

A atual Câmara Municipal aprovou, nestes primeiros três meses, o aumento do número de assessores políticos, que saltaram de 15 para 30 – agora, são dois, de livre nomeação, para cada parlamentar. Estendeu também o benefício do cartão-alimentação, antes exclusivo dos servidores, para o prefeito, vice e secretários municipais (R$ 1.036 mensais) e para os próprios vereadores (R$ 1.900 mensais para cada). E, nos bastidores, um grupo de vereadores se movimenta para garantir que a próxima legislatura tenha 19 cadeiras, e não apenas 15, como hoje.

Nada disso é visto com simpatia ou compreensão pela absoluta maioria da população. Os números revelados pela pesquisa mostram que 58,9% reprovam o trabalho do Legislativo municipal. Apenas 35,8% aprovam, enquanto 5,3% não souberam ou não quiseram responder. 

Leia mais: Alexandre é aprovado por 64,2%; Câmara tem reprovação de 58% 

O aumento do número de assessores dos vereadores, aprovado logo no início da legislatura, tem reprovação quase unânime. Dos entrevistados, 84,9% se disseram contrários à medida, apoiada por apenas 11,7% do total. Não souberam ou preferiram não responder 3,4%. 


Em alguns segmentos, a rejeição aos novos assessores ultrapassa os 90% da população. É o caso de quem tem ensino superior (90,4%), dos moradores da Zona Oeste (91,8%) e de quem tem renda entre 5 e 10 salários-mínimos (94,6%). 

A situação não é nada diferente quando o assunto é o cartão-alimentação, aprovado há quinze dias numa sessão que terminou com servidores públicos municipais revoltados.


O autoconcedido benefício é rechaçado por 84,7% da população (segmentados em quem discorda totalmente ou discorda parcialmente). Apenas 3,4% dos entrevistados concordam totalmente com a decisão. Outros 11,2% concordam parcialmente. 0,7% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder. 

A ideia de aumentar o número de vereadores na Câmara Municipal a partir da próxima legislatura, ainda em gestação e sem previsão de votação, também é malvista pela população. 

Cerca de 79,1% dos entrevistados são totalmente contrários à iniciativa, enquanto 7,3% discordam parcialmente. Apenas 4,9% concordam plenamente com a ideia. Há ainda 8% que concordam parcialmente com o aumento do número de vereadores. 0,7% não souberam ou não quiseram se posicionar. 

A pesquisa de avaliação de governo e de desafios da cidade foi encomendada pelo portal GCN/Sampi junto ao instituto Ágili, o mesmo que fez os levantamentos do período eleitoral com grande grau de precisão.

Foram realizadas 575 entrevistas entre os dias 31 de março a 3 de abril com moradores de Franca, maiores de 16 anos, estratificados por sexo, idade, região, escolaridade e nível de renda. A margem de erro é de 4 pontos, para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95%. A pesquisa foi custeada com recursos próprios pelo GCN.