13 de abril de 2025
PEDEM MELHORIAS

Entregadores protestam em Franca: 'Ninguém está nem aí para nós'

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
Reprodução
Entregadores durante protestos no viaduto Dona Quita, em Franca

Entregadores de Franca uniram-se à paralisação nacional da categoria contra o iFood e outros aplicativos de entrega. O grupo reuniu-se na noite desta terça-feira, 1º, no viaduto Dona Quita, onde está localizado o apoio na avenida Alonso y Alonso, na área central da cidade, para reivindicar melhorias nas condições de trabalho.

Entre as principais demandas dos entregadores estão o aumento da taxa mínima por entrega, de R$ 6,50 para R$ 10,00, o reajuste do valor pago por quilômetro percorrido, de R$ 1,50 para R$ 2,50, e a criação de mais pontos de apoio na cidade. Eles solicitam a instalação de três novos locais, equipados com banheiro, área de descanso e bebedouro.

“Nós conseguimos reunir, agora à noite, toda a classe sofredora que precisa de sustento para reivindicar nossos direitos. Tudo subiu, você vê reajuste em tudo. E nós, nada? Então, pedimos o reajuste da taxa mínima, que hoje custa o preço de um litro de gasolina. No fim do mês, as contas não fecham”, disse o entregador Diogo Messias.

Durante o protesto, os trabalhadores exibiram uma faixa com a hashtag #HeróiNaPandemiaEAgora?, questionando a valorização da categoria após o período crítico da pandemia de covid-19. Além disso, pediram respeito e melhorias nas condições de trabalho.

"Falta uma base para a gente. Ficamos jogados, à mercê da plataforma. Levamos comida, roupa, remédios... de tudo. Ninguém está nem aí para nós. Só veem a gente quando estamos deitados no chão, mortos. Precisamos de mais transparência da plataforma. É tudo automatizado, e não conseguimos falar com uma pessoa. Isso faz falta no trabalho do dia a dia", desabafou o entregador.

A mobilização em Franca reflete um movimento nacional dos entregadores de aplicativos, que buscam melhores remunerações e condições. Em diversas cidades do país, a categoria reivindica a definição de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida de até 4 quilômetros e o aumento do valor para R$ 2,50 por quilômetro adicional.

À CNN Brasil, a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), que representa empresas como 99, iFood e Uber, informou que respeita o direito à manifestação e mantém canais de diálogo com os entregadores. O iFood, por sua vez, afirmou em nota que não registrou impactos significativos em suas operações até o momento.