O Supremo Tribunal Federal (STF) julga, nesta terça-feira (25), se o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados se tornarão réus por tramar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e aponta que Bolsonaro liderou uma organização criminosa que atuou entre julho de 2021 e janeiro de 2023 para romper a ordem democrática no Brasil.
A sessão da Primeira Turma do STF começou às 9h30 e será retomada à tarde, às 14h. Caso o julgamento não seja concluído hoje, uma nova sessão está marcada para quarta-feira (26), às 9h30.
O grupo, chamado pela PGR de Núcleo 1, é formado por oito pessoas, incluindo militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro:
A PGR afirma que o grupo planejou o chamado “Plano Punhal Verde Amarelo”, que previa a execução de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. Além disso, os investigadores apontam que Bolsonaro sabia da "minuta do golpe", um decreto que previa a anulação das eleições e a permanência dele no poder.
A denúncia da PGR indica que Bolsonaro e seus aliados cometeram ao menos cinco crimes:
Se a denúncia for aceita pelo STF, os acusados se tornarão réus e responderão a uma ação penal, que pode levar à condenação ou absolvição.
A sessão da Primeira Turma segue um protocolo específico:
A defesa de Bolsonaro pediu a anulação da delação de Mauro Cid, o afastamento de três ministros (Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino) e que o caso seja julgado pelo plenário completo do STF, e não pela Primeira Turma.
Após este julgamento, o STF ainda analisará outros 26 denunciados ligados aos núcleos 2, 3 e 4 da trama golpista. A denúncia da PGR foi dividida para facilitar a análise dos casos.
O resultado do julgamento de Bolsonaro e seus aliados pode marcar um novo capítulo no desdobramento judicial dos atos de 8 de janeiro de 2023 e no enfrentamento a crimes contra a democracia no Brasil.