A Cosan está analisando a possibilidade de reduzir sua participação na Raízen, o que pode envolver a venda de ativos e usinas sucroenergéticas.
A informação foi confirmada durante uma teleconferência com analistas, na qual a empresa também afastou a hipótese de injetar capital adicional na joint venture.
O diretor financeiro da Cosan, Rodrigo Araújo, explicou que a companhia está considerando a entrada de novos sócios e a alienação parcial ou total de negócios dentro da Raízen, especialmente no setor de renováveis, que inclui etanol e energia. "Isso precisa ser aprovado pelo nosso parceiro, mas avaliamos a possibilidade de contar com novos investidores nesses segmentos", afirmou.
Araújo ressaltou que, devido ao nível de alavancagem da Cosan, a empresa está aberta à diluição de sua fatia na Raízen, já que não dispõe de recursos para novos aportes no momento.
O CEO da Cosan, Marcelo Martins, reforçou essa posição, destacando que a prioridade da holding é reduzir sua alavancagem financeira, o que impede investimentos adicionais na Raízen.
Atualmente, a Cosan e a Cosan Nove Participações – esta última com 27% de participação do Itaú – detêm juntas 44% das ações da Raízen, mesma fatia da Shell. Os 12% restantes estão distribuídos entre investidores no mercado. Sobre uma possível separação de ativos dentro da joint venture, Martins destacou que qualquer decisão dependerá de um consenso com a Shell. "Se ambos os sócios entenderem que há necessidade de desinvestir ou segregar negócios, isso será considerado", declarou.
Em um evento promovido pelo BTG nesta quinta-feira (27), Rubens Ometto comentou que os juros elevados estão dificultando os investimentos da Raízen. Ele destacou que a empresa está investindo R$ 9 bilhões com recursos próprios na construção de seis unidades de etanol de segunda geração (E2G) e enfrentando desafios na execução do projeto.