Extinção do CEI gera protestos; secretária fala em 'mudanças'

O anúncio de que a Prefeitura de Franca mudará o formato de atendimento das pessoas que são atendidas no CEI (Centro de Educação Integrada) tem gerado indignação entre pais e usuários do serviço. O espaço funciona em Franca há 30 anos e atende 190 pessoas com deficiência intelectual e/ou múltiplas. 

O CEI, vinculado à Secretaria de Educação do Município atende alunos a partir dos 16 anos, ajudando na inclusão social e no mercado de trabalho. Os alunos da entidade, que será ‘extinta’, passarão a ter o atendimento em Centros Dias, programa ligado à Secretaria de Ação Social. A prefeitura mantém vários locais em atividade na cidade e disse que vai abrir novos espaços para atender a demanda.

O anúncio da medida causou indignação e protestos de pais, mães de alunos e professores, contrários à mudança. “A semana passada o prefeito decretou, usando a palavra extinção para fechar o CEI. Fomos pegos de surpresa. Primeiramente com a diminuição de professores e agora com essa publicação no Diário Oficial”, disse Carlos Costa, pai de uma aluna de 32 anos que é assistida no CEI. “Nós não vimos um planejamento detalhado, muito menos foi conversado com os pais, com os professores”, acrescentou.

Valcleia Joana, que tem dois irmãos que estudam no CEI, também está preocupada com o fim do serviço. “Tenho dois irmãos que estudam no CEI e são apaixonados por estarem lá e agora simplesmente fecha e não avisou para ninguém”, disse, indignada.

Após o decreto publicado no Diário Oficial semana passada, informando o fechamento da entidade, o assunto passou a ser discutido na cidade, levando a Secretária de Educação da Prefeitura, Marcia Gatti, nesta segunda-feira, 13, a explicar a nova medida proposta pelo município. “Os usuários do CEI são egressos da educação básica e não estavam tendo o atendimento que deveriam ter. Então decidimos por um novo formato, a decisão foi em conjunto com a Secretaria de Ação Social e Desenvolvimento”, disse.

A secretária disse também que a Prefeitura vai realizar u, chamamento para implantar novos Centros Dias e aumentar ainda mais o quadro de profissionais. “Toda mudança traz questionamentos e inseguranças. A transição levará aproximadamente 6 meses e até lá tudo vai continuar normalmente, até essas pessoas serem transferidas para os atendimentos próximos a suas casas”, concluiu.

Segundo ela, o novo formato deve melhorar o serviço oferecido aos alunos, com possibilidade de profissionalização e novos atendimentos como terapia ocupacional, psicólogos e assistentes sociais. Além do mais, com a criação de novos espaços, os alunos poderão ser atendidos em regiões mais próximas de suas casas.