Uma falsa agência de modelo traficava mulheres para exploração sexual na Europa, em países árabes e nos Estados Unidos, segundo investigação da PF (Polícia Federal), que deflagrou a Operação Catwalk, nesta quarta-feira (18), para cumprir quatro mandados de busca e apreensão nas residências dos principais alvos.
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As investigações identificaram 10 vítimas e também que o movimento da falsa agência de modelos girava em torno de dezenas de mulheres enviadas todos os meses.
As diligências ocorreram nos estados de São Paulo, Santa Catarina Paraná e Rio de Janeiro. A operação teve início após denúncia de uma mãe de uma garota de São José dos Campos, que estava caindo no golpe. A ação da PF conseguiu interceptar o envio da garota joseense ao esquema criminoso.
Os agentes da PF investigam o crime de tráfico internacional de mulheres para fins de exploração sexual, praticado por organização criminosa.
A investigação mostra que a garota de São José foi candidata ao trabalho oferecido por uma falsa agência de modelos, do Rio de Janeiro, que selecionava garotas jovens com um perfil especifico: aparência infantojuvenil, além de prometer vagas de trabalho como modelo no exterior.
Segundo a PF, a falsa agência aliciava as vítimas e as mantinha em regime de exploração sexual mediante fraude, coação contratual e exploração de vulneráveis.
Além do cumprimento dos mandados judiciais nesta quarta, houve também, segundo a PF, medidas cautelares diversas da prisão, como a apreensão de passaportes, a proibição de novas emissões de documentos de viagem e o sequestro de bens.
Também foi proibido judicialmente o acesso às redes sociais por meio de seus perfis e dos investigados se comunicarem entre si.
O contrato feito entre agência e as garotas continham cláusulas abusivas, tais como a previsão de multas milionárias e a exigência de exame de DST, exercendo coerção sobre elas, de modo que eram desestimuladas a desistirem.
As investigações identificaram 10 vítimas e também que o movimento da falsa agência de modelos girava em torno de dezenas de mulheres enviadas todos os meses.
Além disso, foi apontado que houve pelo menos um caso de ameaça e efetiva agressão física contra uma das vítimas, a fim de garantir o repasse das comissões pelas atividades sexuais, que chegavam a 60%. Os financiadores faziam os depósitos em criptomoedas para dificultar serem identificados.
Após as diligências investigativas, foi identificado que a suposta agência de modelos não existia de fato e que as agenciadoras já atuavam com a exploração sexual em território nacional.