Em novo depoimento, Paulo Ricardo Borges Bernardo, pai do bebê de dois meses que morreu no final de outubro, relatou que deixou a criança cair durante o banho. Segundo o depoimento, ele afirma que o bebê escorregou de suas mãos e caiu do seu peito ao chão, após ser ensaboado, ficando escorregadio.
Este relato surgiu após a polícia ter revelado a ele que a causa da morte foi uma hemorragia interna traumática, conforme o laudo do IML (Instituto Médico Legal), que apontou múltiplas lesões graves.
O casal, composto por Paulo Ricardo, de 22 anos, e Thalita Ariel Freitas de Camargos, de 25 anos, foi detido na última terça-feira, 5, sob a acusação de maus-tratos contra o bebê. A criança morreu ao dar entrada na Santa Casa de Franca em 27 de outubro, apresentando parada cardiorrespiratória.
Segundo o boletim de ocorrência, foram constatados hematomas e fraturas nas costelas do bebê, sinais que despertaram a suspeita dos médicos, que imediatamente acionaram a Polícia Civil. Um boletim de ocorrência de homicídio foi registrado.
Em depoimentos anteriores, Thalita havia relatado que deixou o bebê dormindo enquanto foi votar, mas, ao retornar, encontrou o marido e a criança no banho. Segundo o relato, Paulo saiu do banho com o bebê no colo, e Thalita percebeu que ele não estava bem, sugerindo que chamassem a ambulância.
Ambos afirmaram que a ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) demorou para chegar. O casal também declarou que as lesões apareceram na semana da morte do bebê, mas alegaram não ter ocorrido nenhum incidente específico.
Os investigadores, ao seguirem com a apuração do caso, visitaram a residência do casal e ouviram testemunhas, que relataram brigas frequentes e agressões entre eles. Uma testemunha revelou que Paulo chegou a enforcar o cachorro da família durante uma dessas discussões.
“Thalita, desde o início, mostrou-se uma pessoa problemática. Durante todos os meses em que moraram juntos, ouvi as brigas. Em agosto, vi Paulo enforcando o cachorro, o que me deixou chocada e preocupada”, relatou. A testemunha também afirmou que o casal aumentava o volume do som para encobrir os gritos.
O laudo do IML foi determinante para a prisão temporária do casal, emitida pelo juiz José Rodrigues Arimatéia. Conforme o documento, a criança de 53 dias e 3,8 kg apresentava múltiplas lesões, incluindo ruptura hepática e hemotórax bilateral, compatíveis com agressão por agente contundente. O juiz destacou que os maus-tratos confirmados nos exames e pelos depoimentos foram decisivos para aceitar o pedido de prisão.
“Chegou à autoridade policial a informação de que a criança foi vítima de maus-tratos, ou até mesmo tortura, provavelmente desde os primeiros dias de vida. Vale destacar que, na tentativa de intimação, os investigadores não foram atendidos na residência do casal, indicando falta de colaboração com as investigações”, afirmou o juiz em sua decisão.
O casal foi preso pela Polícia Militar e permanece detido em Franca enquanto aguarda os laudos finais do IML. As investigações continuam para esclarecer os detalhes do caso.