O Ministério Público Estadual e a Polícia Civil de Franca vão investigar uma denúncia de compra de votos nas eleições municipais deste ano em Franca. Odário Nascimento Costa, que concorreu às eleições e ficou como segundo suplente do PP, acusa o vereador eleito Marco Antônio Garcia, também do PP, de compra de votos e corrupção eleitoral.
Odário Costa, que foi assessor parlamentar do próprio Marco Garcia, que foi vereador na cidade em outros cinco mandatos, procurou o MP protocolando a denúncia de crime eleitoral junto à 7ª Promotoria de Justiça Eleitoral, que tem como responsável o promotor Paulo César Corrêa Borges.
O processo foi encaminhado para a Delegacia Seccional da Polícia Civil, onde foi elaborado um Boletim de Ocorrência, com a abertura de um inquérito para apurar o caso.
Segundo constada denúncia feita por Odário, o vereador eleito “pagou uma dívida em troca de votos”. O então candidato Marco Garcia, segue a acusação, “prometeu jogo de camisa para time de futebol, também em troca de voto”.
Marco Garcia, eleito com 2.380, disse nesta quinta-feira, 7, que ainda não conhece todo o processo contra ele. “Odário foi meu assessor durante 20 anos, cinco mandatos, o conheço há muitos anos, desde menino. Em dez eleições em que eu disputei, oito, ele estava comigo. Em função do processo eleitoral, nós devemos nos curvar ao resultado eleitoral”, disse.
Garcia reafirma que jamais usou de algum artifício irregular para ganhar uma eleição. “Eu tenho cinco mandatos, fui presidente da Câmara quatro vezes, nunca tive problema de rejeição junto ao Tribunal de Contas. Tenho minha vida totalmente ilibada. Estou muito tranquilo, acredito na Justiça".
O vereador eleito disse ainda que, em 20 anos, jamais se corrompeu e nunca negociou cargo. "Fui situação, fui oposição, mas sempre mantendo a coerência, o bom senso, daqueles projetos que deveria votar e daqueles que eu não deveria votar”, disse o vereador eleito.
Sobre a denúncia, demonstrou tranquilidade. “Vou esperar ser notificado e ver o que ele vai apresentar de provas. Estou muito tranquilo, porque meu passado não me condena. As pessoas sabem quem sou eu”, concluiu.
Odário, que obteve 1.572 votos, disse que apenas espera que a lei seja cumprida. “Deixa o processo seguir, não pretendo nada com isso. Só pretendo que a lei seja cumprida e a justiça seja feita. Simplesmente isso. Não sou o primeiro suplente, não vou ganhar nada com isso, não estou fazendo isso com a intenção de assumir cargo, é só mesmo para prevalecer a lei. Só isso”.
A Lei Eleitoral diz que a compra de votos é crime eleitoral e causa cassação do registro da candidatura dos candidatos que praticarem irregularidades e inelegibilidade.