24 de dezembro de 2024
ESPECIAL

Judoca se torna o primeiro a conquistar faixa Kodansha na região

Por Lucas Faleiros | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo Pessoal
Pedro Xavier com a filha Maria Luiza, a neta Sofia e a filha Maria Eliza; família é composta por judocas

O judoca Pedro Batista Xavier, de 62 anos, vai se tornar o primeiro da região de Franca a alcançar a faixa Kodansha, considerada uma das mais altas graduações da modalidade, acima da preta. A cerimônia de entrega do título vai acontecer nos dias 25 e 26 de novembro, no Rio de Janeiro.

Com 50 anos de judô recém-completados, o sensei – termo utilizado para se referir aos professores e mestres da prática japonesa – diz que alcançou tudo na vida através da arte marcial.

“Foi por causa do judô que conquistei tudo o que tenho: minha família, formação profissional, emprego, amigos e tantas outras coisas”, conta Pedro, que é natural de Batatais e preside a Associação Francana de Judô, fundada em 1970.

Ao receber a notícia de que seria condecorado com a faixa mais importante do esporte criado no Japão, o batataense conta que não conseguiu segurar a emoção. “Cheguei a chorar de alegria. Foi uma surpresa muito boa para mim”.

Xavier afirma que a Kodansha é um sonho para todo faixa preta de judô. “Todo faixa preta sonha em ser Kodansha um dia. Eu formei uma família de judocas. Receber essa faixa era o que faltava para completar o ciclo desta arte que tanto amo”.

Por falar em família, o sensei não exagerou quando disse que formou um verdadeiro time de praticantes de judô. Ele é pai de cinco filhos, todos lutadores: Paula, de 38 anos, faixa preta; Tiago, de 31 anos, faixa preta; Maria Antônia, 24 anos, faixa marrom; Maria Luiza, 10 anos, faixa azul; e Maria Eliza, de 8 anos, faixa cinza. Além disso, o professor é avô de duas meninas, Sofia e Alice, que devem seguir o mesmo caminho.

“Judô significa ‘vida’ para mim. Nele, aprendi tantas coisas boas... coisas que levo como ensinamento por onde passo”, falou Pedro, que se inspirou em outro judoca para abraçar a arte como um estilo de vivência.

“Me inspirei no meu sensei, o já falecido Berigo. Ele foi peça fundamental para o meu desenvolvimento dentro do judô. Pretendo continuar por muitos anos, se Deus quiser, no ensinamento e aprendizado desta arte que muito me orgulha”, disse, emocionado.

Inspirador de gerações

A trajetória construída por Pedro Xavier não é só agraciada e respeitada pelo mundo do judô, mas também pelo que ele tem de mais precioso: a família. Para os filhos do sensei, ele é motivo de orgulho e inspiração.

“Ele nos inspira”, disse a filha Maria Antônia, que completou: “ver ele receber a faixa coral de judô, sabendo que é uma conquista única em nossa cidade, gera grande alegria e admiração. Ele é um exemplo vivo de que, com trabalho duro e paixão, podemos superar obstáculos e alcançar nossos sonhos”.

Por ver o pai se dedicando à arte marcial durante grande parte da vida, Paula, irmã mais velha de Maria Antônia, decidiu seguir seus passos e ‘se jogar’ no judô. “Ele sempre me mostrou o valor do esforço, da disciplina, do respeito e da dedicação. Por isso, decidi seguir a carreira como educadora física e professora de judô. Hoje, além de ensinar, também tenho a oportunidade de passar esses valores aos meus alunos”.

Tiago explica que a relação entre Pedro e os filhos é muito especial e próxima, principalmente no caso dele. “Como único filho homem, sinto que temos uma conexão única. Ele sempre foi meu modelo e, ao longo dos anos, nosso vínculo só se fortalece. Compartilhamos momentos importantes, e ele está sempre ao meu lado, me apoiando em cada decisão e desafio da vida”.

Para o trio, o consenso é de que o judoca de Batatais é a representação de força, determinação e caráter. “Nos ensinou a importância da disciplina e do respeito, valores que carregamos em nossas vidas e em nossas profissões. Ele não é apenas nosso pai, mas também nosso sensei e alguém em quem nos espelhamos diariamente”, finalizaram.