Reeleito, o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) disse nesta segunda-feira, 28, que estuda extinguir a Emdef (Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca) e a FEAC (Fundação de Esportes, Arte e Cultura). A notícia sobre uma reforma administrativa na Prefeitura para o próximo mandato (2025/28) foi anunciada em entrevista à rádio Difusora, durante o programa A Hora é Essa, comandado pelo jornalista Corrêa Neves Jr.
Alexandre disse que a campanha no segundo turno das eleições foi difícil, enfrentando uma guerra de fake news do adversário e também dos apoiadores da candidatura de João Rocha. Ele classificou esta como a pior campanha que enfrentou entre as três que disputou para prefeito. As duas anteriores, contra a Delegada Graciela (PL), em 2012; e Flávia Lancha (PSD), em 2020.
“Foi complicado, diferente de tudo que a gente já viveu. Quando digo diferente, é pelo lado negativo. Com a Graciela, nos debates, não houve agressão da parte dela nem da minha. Com a Flávia também não tinha esse tipo de coisa. Agora, desta vez, não só o candidato (João Rocha), como sua equipe, que infelizmente era a equipe da Graciela, começaram a fazer coisas inimagináveis numa campanha, pelo zap, internet, redes sociais. A Justiça determinou a retirada de fake news dele (João Rocha) por quatro vezes, mesmo assim ele continuou fazendo”, disse Alexandre.
Alexandre acredita que Graciela tem parte na campanha provocativa adotada pelo candidato apoiado por ela. “Eu fui lá e falei para ela: lançando alguém você vai ter que entrar no processo, ganhando ou perdendo a responsabilidade vai ser sua. Ela achou que não, achou que poderia se esconder atrás do candidato, mas o pessoal dela estava trabalhando com ele (João Rocha). A responsabilidade é do partido, se eu faço besteira aqui no MDB eu vou ser chamado atenção lá em cima”.
Durante a entrevista, Alexandre disse que agradeceu ao ex-prefeito Sidnei Rocha, nesta segunda-feira, 28, pelo apoio à sua candidatura à reeleição. “Hoje eu falei com Sidnei Rocha, fui agradecer. Ele é três vezes prefeito (e) não é à toa. Ele tem uma história na cidade”, elogiou o atual prefeito, que também irá para seu terceiro mandato. O primeiro foi entre 2012 e 2016.
O agora prefeito reeleito Alexandre Ferreira adiantou que fará uma reforma administrativa para o próximo mandato e que irá montar uma equipe de transição. O procurador geral do município, Eduardo Campanaro deve ser designado para comandar os trabalhos.
“Nós temos um desafio gigante que é criar uma legislação do organograma para os próximos quatro anos, sem que ela seja contestada pelo Tribunal de Justiça. O Eduardo (Campanaro) vai dar o arcabouço (jurídico) para os próximos anos. A parte política será comigo”.
Alexandre também disse que haverá mudanças no seu próximo secretariado. Evitou antecipar nomes, mas afirmou que tudo será resolvido rapidamente. “Daqui a 15 dias no máximo vou definir. Tenho que deixar claro para todo mundo. Eles têm essa percepção. Temos que trabalhar pela cidade, e não individualmente”.
O prefeito reeleito disse também que estuda o fechamento da Emdef (Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca) e da FEAC (Fundação para o Esporte, Arte e Cultura). “É uma coisa que a gente tem que pensar. A Emdef hoje não é competitiva no mercado (pavimentação e sinalização asfáltica). Na minha cabeça, é uma empresa que deveria prestar serviço para outras entidades, e não só para a prefeitura. Ela entra nas licitações, mas não consegue preço competitivo no mercado. Aí, ela fica prestando serviço só para a prefeitura (com preços acima do que poderiam ser encontrados no mercado)”.
Alexandre disse que a FEAC também perdeu a função para qual foi criada e que a autarquia não possui um quadro de funcionários para prestar os serviços necessários à cidade. “A Feac é a mesma coisa. Perdeu a função. Enquanto fundação (tinha) alguns benefícios legais. Hoje tem que fazer licitação igual a gente (prefeitura). Tem problemas jurídicos iguais aos nossos, tem desafios a serem vencidos iguais aos nossos. Aí fica muito mais difícil. Todo ano tenho que destinar funcionários da Prefeitura para tocar a FEAC. Se eu contratar só para a FEAC, vou criar um monstro. A FEAC tem dois servidores só. Se é tudo nosso e somos nós que tocamos todo o processo, talvez não seja tão importante ter uma fundação dessa e sim criar uma secretaria de esportes, de arte e lazer, ou de cultura”.
O chefe do Executivo disse que também pensa em criar uma secretaria do Meio Ambiente e promete fortalecer a Secretaria de Desenvolvimento. “Nós vamos fortalecer a Secretaria de Desenvolvimento. Temos que pensar fora da casinha. Se eu não trouxer gente de fora para pensarmos juntos, nós corremos um sério risco de pensarmos igual ao que nós pensamos nos últimos quatro anos. Isso é do ser humano. Tenho nomes, inclusive, pessoas que trabalharam em campanhas de nossos adversários, mas adversários que nos respeitaram”, afirmou.
Por fim, Alexandre disse que a questão do transporte público é uma das prioridades. Afirmou que o rompimento do contrato com a empresa São José é irreversível e que em janeiro vai lançar o edital de licitação para contratação de uma nova empresa. “Vai vir uma licitação para qualquer empresa do Brasil participar. Quem vai ganhar eu não sei, mas com certeza será um modelo bem diferente do que existe hoje”.
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