No segundo bloco do debate entre os candidatos à Prefeitura de Franca, realizado pelo GCN e Acif, o foco foi em perguntas do mediador com respostas seguidas por comentários e réplicas entre Alexandre Ferreira (MDB) e João Rocha (PL).
O bloco foi estruturado para que cada candidato tivesse três minutos para responder, um minuto para comentário do oponente e mais um minuto para réplica. As discussões abordaram temas centrais como empreendedorismo, o fechamento precoce de empresas, saúde pública e a situação de pessoas em situação de rua.
No tema do empreendedorismo, João Rocha criticou a falta de acolhimento para empresas na cidade e prometeu transformar o antigo pavilhão da cidade em um parque tecnológico e centro de eventos, visando atrair investimentos e gerar oportunidades.
Alexandre Ferreira rebateu, destacando que Franca já é uma referência em tecnologia e mencionou ações de sua gestão, como a criação de leis para facilitar o crescimento de startups e a implantação de um centro vocacional tecnológico. A troca de acusações seguiu, com Rocha afirmando que há dificuldades para empresas lidarem com a prefeitura, enquanto Alexandre acusou o adversário de propagar fake news.
Sobre o crescimento médio de 52% no número de empresas de tecnologia da informação, João Rocha foi perguntado sobre quais medidas serão adotadas pelo setor para criar um ambiente ainda mais favorável, como pretende tratar o ISS (Imposto Sobre Serviços) e tem mais alguma outra propostas.
João Rocha descreveu o antigo pavilhão como “destruído” e, se eleito, transformará o espaço em um centro de eventos e feiras, além de criar um parque tecnológico. O liberal disse que tem empresas indo embora pela falta de acolhimento as empresas que estão instaladas na cidade. “Já temos parques em 14 cidades do estado de São Paulo. Vamos transformar Franca, se Deus quiser, em uma grande força de tecnologia. Essa tecnologia vai estar ligada, principalmente a moçada que busca o seu sonho”.
Alexandre rebateu o adversário ao afirmar que Franca já é “gigante” e “uma das maiores do país” em tecnologia. O prefeito elencou ações realizadas para o setor durante sua gestão. “Fizemos uma lei que vai facilitar muito esses startups, contratamos para fazermos o estudo do centro vocacional tecnológico e o centro vai ser implantado. Trabalhamos para treinamento e capacitação para esses debates e, o mais importante disso, facilitar a abertura de empresas”.
O liberal disse que a situação na cidade é oposta à descrita pelo emedebista. “Ouço reclamação todos os dias que não tem facilidade na prefeitura para as empresas”.
Sobre quais medidas serão adotadas para evitar o fechamento precoce de empresas em Franca, Alexandre respondeu que primeiro é “facilitar” a vida dessas empresas. Outro ponto é uma parceria com associações e institutos, como Senai e Acif, para capacitar e treinar o empresário. “Às vezes ele tem uma vocação, ele tem uma ideia de como fazer. A gente precisa só lapidar. Além disso, somos o Banco do Povo que mais emprestou dinheiro no Estado de São Paulo”.
João ironizou ao dizer que o discurso é bonito, depois questionou se os empresários são recebidos na prefeitura. “Temos projetos na prefeitura parados há 5, 6 e 7 anos, que não andam. Tem muito empresário de Franca, investidor inclusive na área imobiliária, que deixou de investir em Franca”.
Alexandre falou que João é tetra em criar fake news e que está criando de novo. “Isso não contribui em nada no processo político democrático”.
Quando questionado sobre a fila de cirurgias eletivas, as supostas "birras" de Alexandre Ferreira com a Santa Casa e a afirmação de que o hospital teria capacidade para realizar 10 mil cirurgias por ano, João Rocha negou ter feito tal declaração. O candidato do PL afirmou que quem havia dito que a Santa Casa poderia realizar esse número de cirurgias foi Alexandre Ferreira, e não ele. Rocha transferiu a responsabilidade da fala para o atual prefeito, contestando qualquer vínculo de sua parte com essa afirmação.
Rocha reafirmou que o atual prefeito de Franca tem uma “birra” com o hospital e alegou que é possível diminuir a fila das cirurgias eletivas de Franca por meio de uma compra de serviços. “O que não podemos é fazer o que o Alexandre tem feito, que é mandar os pacientes para cidades menores, que não têm condições de realizarem as cirurgias”, falou.
Em resposta, Ferreira disse que seu adversário é destemperado. O atual chefe do Executivo ressaltou o fato de vivermos em uma democracia e criticou o tom adotado pelo candidato do PL.
Alexandre também citou uma nota da Santa Casa, que foi divulgada nesta quinta-feira, 24, e afirmou que a instituição não tem condições de fazer mais cirurgias do que já faz. Ferreira também disse que a fala sobre os números de cirurgias foi dita por outro candidato, Alexandre Tabah, do Novo.
Na tréplica, Rocha afirmou que funcionários da Santa Casa não votarão em Alexandre, ressaltando que o atual prefeito de Franca não cumpriu promessas feitas nas eleições anteriores.
Perguntado sobre a atual situação de pessoas em situação de rua em Franca, tema muito debatido entre a população, Alexandre Ferreira disse que a discussão sobre o tema é natural e acontece em todas as cidades. “É claro que gostaríamos que Franca não tivesse moradores de rua, mas isso é impossível”.
O atual prefeito disse que é necessário cuidar de quem é de Franca e está na rua e citou que não há crianças, adolescentes e idosos nessas condições graças às políticas públicas da Prefeitura. “Não se pode mexer nas pessoas que estão na rua. Não fui eu quem criou isso, foi o STF. E ninguém falou em aumentar o Centro POP”, afirmou, acusando, ainda, o adversário de propagar fake news.
Em sua resposta, Rocha disse que Alexandre é “o pai do Centro POP”, tendo fomentado a iniciativa pública, mesmo que seja um programa federal. O candidato do PL falou que pessoas em situação de rua recebem dinheiro para “posar, acordar e traficar drogas”. Ele também alega que houve crimes dentro do espaço.
Na réplica, Alexandre disse que Gilson de Souza, prefeito anterior, errou ao “depositar” pessoas em situação de rua no ginásio do Champagnat, o que, segundo ele, pode ser feito também por João Rocha. “Você precisa fazer com que as pessoas entendam o que você está propondo lá (no programa)”.