O terceiro bloco do debate do GCN teve vários momentos tensos entre os candidatos à Prefeitura de Franca. No formato de arena, o bloco concentrou críticas diretas ao prefeito Alexandre Ferreira (MDB) e contou com um embate bastante tenso, marcado por advertências e intervenções, entre Guilherme Cortez (PSOL) e Alexandre Tabah (NOVO).
Durante o bloco, os candidatos protagonizaram embates de cinco minutos diretos entre si.
Abrindo o bloco três, o candidato Dr. Ubiali (PSB) enfrentou Tito Flávio (PCB). O médico aproveitou o embate para apontar os problemas na saúde durante a gestão do prefeito Alexandre Ferreira. Além disso, disse que pretende contar com a ajuda do Governo Federal para resolver alguns problemas críticos.
Tito criticou também o atual prefeito Alexandre Ferreira. Afirmou que mesmo com a entrega do hospital estadual no município, se não tiver boa gestão, não vai resolver nada para a população.
Na segunda arena, Alexandre Ferreira e João Scarpanti comentaram sobre os parques públicos da cidade. O candidato do PCO concordou com o atual prefeito que a construção dessas áreas é importante, mas que é relevante permitir o acesso através de ônibus coletivos.
“Remodelar o transporte público da cidade, de forma profunda, que a população tenha capacidade de dizer o que ela quer e como ela quer acessar os espaços públicos, passa por um transporte estatal e gratuito”, disse Scarpanti.
Ainda sobre parques e áreas recreativas, Alexandre disse que promover o encontro entre familiares e amigos em um “ambiente seguro, estruturado e organizado em todos os lados da cidade, isso tem um valor fundamental, porque com isso conseguimos dar qualidade de vida para as pessoas”.
Scarpanti disse que qualquer candidato pode proporcionar os mesmos pontos que Alexandre e, depois, questionou o que o prefeito oferece de diferente para a população. “Planejamento, porque já fiz, citei os cinco que fiz e vou fazer o último”, afirmou o emedebista.
Na terceira arena, os discursos de João Rocha e Dr. Ubiali foram semelhantes aos embates anteriores: as críticas ao prefeito Alexandre Ferreira. O candidato do PL, por exemplo, criticou o comportamento do emebista de não realizar empréstimos para resolver os problemas do município.
Rocha ainda apontou diversos episódios polêmicos do atual prefeito. “Tem uma condenação dos falsos médicos, que a Prefeitura está pagando de uma criança que morreu naquela época. Tem uma empresa laranja contratada no canil, que os bens dele estão penhorados, porque contratou essa empresa”.
Ubiali, por sua vez, criticou a postura de Ferreira na condução da Saúde Municipal. “O atual prefeito, um dia ele disse que fez quatro UBSs, que construiu o NGA, mas (a obra) está no chão ainda”.
No quarto embate, Tito iniciou o debate perguntando a Jonas qual a proposta dele para gerar empregos aos pequenos empreendedores de Franca – os de comércio de rua. Jonas Carvalho começou sua fala dizendo que, caso “Silvio Santos tivesse nascido em Franca, ele não existiria”, afirmando que quem está iniciando no mercado ambulante do município chega a ser confundido com bandido, ressaltando as más condições.
Na mesma linha de raciocínio, Tito criticou o “sumiço” dos “bolotas” – vendedores de lanche –, que, de acordo com o candidato, foram retirados das praças, precisando alugar seus próprios espaços, o que, por vezes, não acontece.
Depois de uma intervenção do mediador, Jonas disse que a compra e a venda de produtos irregulares não comprometem a geração de emprego e o comércio. Carvalho ainda citou a dificuldade para se conseguir alvará de funcionamento para começar um negócio em Franca.
Tito Flávio também criticou as condições oferecidas aos vendedores populares, que, segundo ele, não têm sequer bons banheiros para utilizarem. Ele disse que, em um eventual governo do PCB, os pequenos comerciantes seriam privilegiados.
Guilherme Cortez e Mariana Negri aproveitaram o encontro para criticar o prefeito Alexandre Ferreira. O candidato do PSOL inicialmente abordou sobre a espera de moradores para diversos tratamentos no município.
“Eu escuto pessoas há anos esperando procedimentos. Eu encontro idosos esperando para fazer cirurgia de catarata. Isso não é vida, é muito triste. Contratar mais médicos, falar duro com a Santa Casa, é responsabilidade do prefeito”.
Cortez ainda criticou a instituição ao afirmar que ela não entrega a contrapartida à população. “Franca foi um dos piores municípios do país em qualidade no atendimento à população. Não tem médicos especialistas nas UBS. Já nós vamos zerar a fila da saúde investindo no SUS”, concluiu.
Mariana, por sua vez, concordou com o adversário do PSOL e defendeu o diálogo com a Santa Casa. “Acho que o problema da saúde é multifatorial. Não tem prevenção, a gente não tem investimento no programa de saúde da família. A gente precisa de projeto, de trabalho”.
Além disso, a petista defendeu parcerias com as esferas estadual e federal para promoção da saúde no município. “Nós precisamos sentar com o Tarcísio, com o governo Lula, para buscarmos recursos. Estamos gastando mal os recursos”.
No sexto confronto, Jonas Carvalho apontou os problemas do transporte público na atual gestão. Rocha concordou, mas mudou o tom da conversa e comentou sobre a insegurança no município. “Alexandre Ferreira é o pai do Centro Pop. Além disso, quando questionado sobre a Guarda Municipal, ele disse que fez a reposição daqueles que saíram”.
Jonas, por fim, concordou com o candidato do PL e afirmou que a cidade foi invadida pela população em situação de rua. “Mudanças precisam ser feitas”, concluiu.
Novamente, Guilherme Cortez marcou um dos embates mais quentes do Debate do GCN. Dessa vez, com Alexandre Tabah. O candidato do NOVO iniciou o confronto com provocações ao adversário, ao chamá-lo de “Gui”, o que motivou duas advertências seguidas por parte do apresentador mediador do debate, jornalista Corrêa Neves Jr.
Tabah ainda provocou Cortez ao apontar que ele pretende aplicar a ideologia de gênero nas escolas. Além disso, afirmou que o nome do PSOL abomina cristãos. “Se você é cristão e vota nele, veja o que está fazendo”, disse o candidato do NOVO.
Em resposta, Cortez chamou o rival de “o candidato que os eleitores dão risada”. “O menino aqui é deputado estadual, enquanto o senhor nunca foi eleito. Você é tipo o Padre Kelmon desta eleição. É um alívio cômico. Esse candidato tenta mendigar o apoio do Bolsonaro, que apoia João Rocha, que é um bolsonarista de ocasião”.
Entre muitas provocações, o embate precisou ser interrompido por Corrêa Neves Jr., que criticou a postura de ambos no debate.
No penúltimo embate, Scarpanti e Alexandre se encontraram mais uma vez. Desse modo, o candidato do PCO aproveitou para retomar o transporte coletivo ao questionar o motivo de Ferreira não ter encerrado o contrato com a empresa São José.
Na resposta, Alexandre recordou que herdou um contrato e que o mesmo foi renovado pelo prefeito anterior por mais dez anos nos mesmos moldes. “Em novembro (de 2023), o Tribunal de Contas disse que o contrato foi considerado irregular, não valendo o aditamento. Então, pedi um prazo ao Tribunal de Contas para fazer um estudo. Só que eu não posso dizer para o serviço porque a cidade inteira iria de um dia para o outro (ficar) sem transporte”.
Scarpanti emendou relembrando que o atual prefeito comprou kits cloroquina para tratamento da população durante a pandemia. Em resposta, Alexandre se justificou: “naquela fase ninguém sabia como tratar a covid e todos estavam procurando uma solução”.
No embate final, Mariana Negri começou com a palavra e ressaltou dizendo que é a única candidata mulher. Ela afirma que a falta de outras mulheres na política gera menor atenção dos governantes, aproveitando para questionar Tabah sobre o que ele pensa a respeito das iniciativas voltadas para o público feminino.
Tabah ressaltou que sua vice é uma mulher e disse que tem propostas para esse público. Mariana, em resposta, elencou suas ideias, afirmando que pretende dar mais atenção à saúde e às mulheres, apoiando também as mães que precisam deixar suas crianças em creches.
Tabah, em contrapartida, alegou que pensa em tornar o prédio “esqueleto” um hospital. Já Mariana, de volta com a palavra, citou a necessidade de se aumentar a segurança para as mulheres, melhorando a luminosidade em períodos noturnos e trazendo mais vida a praças e espaços públicos. Ela também pediu políticas públicas para mulheres vítimas de violência doméstica e falou que é necessário aumentar as vagas no abrigo de proteção destinado a elas.
No final, Tabah citou que quer aumentar o monitoramento via câmeras no município. “O que tem de câmera neste debate, eu tenho no meu centro comercial”, desafiou antes de apresentar sua proposta.
Negri também pregou que o mercado de trabalho precisa dar mais espaço às mulheres, o que as ajudaria a fugir do ciclo de violência.
Cobertura
Participam da cobertura do debate GCN/Acif os repórteres Bruna Góis, Hevertom Talles, Higor Goulart, Lucas Faleiros, N. Fradique, Pedro Baccelli e Verônica Andrean, do portal GCN/Sampi.