A Justiça Eleitoral aceitou a representação da candidata Mariana Negri (PT) e impediu o candidato Guilherme Cortez (PSOL) de associar sua campanha ao presidente Lula (PT).
Na representação, o PT apontou que Cortez teria utilizado materiais ao lado de Lula com a mensagem “quem votou Lula vota 50”. O presidente, no entanto, não tem vínculo de apoio à candidatura do PSOL em Franca, uma vez que faz parte da coligação de Mariana Negri.
“Nós ingressamos com a representação, porque estão com uma notícia falsa”, explicou Pedro Doin, secretário de organização do PT de Franca. “Estão tentando induzir o eleitor ao erro, dizendo que quem votou no Lula, vota 50. Tentando induzir o eleitor de que o candidato do Lula em Franca seria ele”, acrescentou.
Na decisão, o juiz Humberto Rocha, da 291ª Zona Eleitoral, concordou com o argumento do PT, ao apontar que “somente se permite (o vínculo) havendo coligação, o que foi aqui frisado que não houve. Além disso, o material referido - fotografia - usada em material impresso e nas redes sociais, é capaz de modificar o estado de ânimo do eleitor, induzindo-o a erro”, declarou.
O juiz, portanto, proibiu Guilherme Cortez de “distribuir, realizar postagens em redes sociais, emissoras de TV e rádio, em horário eleitoral gratuito e outras que façam uso da imagem do presidente Lula, sob pena de multa”. O valor, até o momento, não foi estipulado.
Por outro lado, o juiz negou a solitação do PT de pedido de resposta, por entender que não houve calúnia, injúria ou difamação contra a candidata Mariana Negri.
Em resposta à decisão, Cortez informou que pretende recorrer da decisão judicial. Segundo o prazo eleitoral, há um prazo de 24 horas para o candidato apresentar o recurso.
Durante a representação, o deputado estadual afirmou que a estratégia do PT é “ridícula” e comprova que “desde o início, o PT quis dividir a esquerda por motivos mesquinhos”.
“Atrás nas pesquisas, o PT quer impedir que eu diga que fiz campanha para o presidente Lula e que vou trabalhar junto com o governo federal. É o primeiro caso no mundo de um partido que quer censurar o apoio ao seu próprio governo”, considerou Cortez.
O candidato ainda afirmou que não pretende recuar por conta do movimento do partido adversário. “Não vão me impedir de dizer que estou ao lado do presidente e continuarei buscando apoio do governo federal para a nossa cidade”, completou.