O candidato do MDB à reeleição, Alexandre Ferreira, acredita que deve ficar mais quatro anos na Prefeitura de Franca. A revelação aconteceu durante sua entrevista ao GCN/Sampi, nesta sexta-feira, 30. Ao longo dos 50 minutos de sabatina, Alexandre comentou sobre os seus anos anteriores como prefeito, os desafios da pandemia e como transformou Franca, na sua visão, na "cidade do futuro".
Alexandre Ferreira é o quinto entrevistado na série de sabatinas promovida pelo portal GCN/Sampi e rádio Difusora com os candidatos à Prefeitura de Franca. A transmissão ocorreu ao vivo pela Difusora, com exibição simultânea pelo portal GCN e redes sociais.
Durante a entrevista, Alexandre Ferreira admitiu que algumas de suas promessas de campanha não foram totalmente cumpridas, principalmente devido à pandemia, que ele descreveu como "um período que nos surpreendeu e nos tirou dois anos de mandato". Alexandre comentou que, apesar das dificuldades, conseguiu entregar três das cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs) prometidas.
Quanto à Escola Municipal de Artes, que não foi realizada, o candidato explicou sua decisão de "descentralizar as atividades culturais" para torná-las mais acessíveis aos 25 mil alunos da rede municipal, ao invés de concentrá-las em um único local. "Por que eu obrigaria todos a estarem no mesmo lugar, se posso levar a cultura para todos?", questionou.
Sobre as questões ambientais, Alexandre Ferreira expressou sua preocupação com as queimadas urbanas, afirmando que "não faz sentido alguém colocar fogo em um terreno baldio". O prefeito ressaltou a criação de um comitê em parceria com o governo estadual para combater essa prática, além de promover canais de denúncia para a população.
"Recebendo a denúncia, temos que averiguar e ser duros com as pessoas", afirmou. Alexandre destacou também a importância da tecnologia no monitoramento ambiental, mencionando a instalação de câmeras e drones para fiscalizar áreas vulneráveis.
O candidato ainda revelou que pretende implementar "uma barreira digital ao redor da cidade", o que permitirá registrar a entrada e saída de veículos, contribuindo para uma maior segurança e controle ambiental. "Eu acredito no aquecimento global", disse o prefeito.
A situação dos moradores de rua em Franca foi um dos temas centrais da entrevista. Ferreira criticou a abordagem de seu antecessor, Gilson de Souza, acusando-o de ter "montado um depósito de gente no Champagnat", onde, segundo o candidato, as pessoas "dormiam no chão". Em contrapartida, Alexandre defendeu as ações de sua administração, que desde 2021 resultaram na remoção de "quase cem barracas" de áreas públicas.
O prefeito destacou ainda que o seu governo tem conseguido negociar com os moradores de rua, levando-os a utilizar os serviços de assistência oferecidos pela prefeitura. "Quando retiramos uma barraca, não levamos a equipe de acompanhamento para que eles não associem", explicou sobre a estratégia adotada para lidar com essa população. O candidato também mencionou que mais de 1,5 mil pessoas "foram devolvidas" para suas cidades de origem, mas reconheceu que "o problema é complexo e difícil de resolver completamente". Alexandre também comemorou ter conseguido resgatar definitivamente das ruas mais de 200 pessoas. Outras 600 seguem vivendo nas ruas de Franca, segundo dados do próprio prefeito.
O prefeito Alexandre Ferreira falou extensivamente sobre as medidas de segurança implementadas em Franca. O candidato defendeu o papel da Guarda Civil Municipal, mas foi claro ao afirmar que "a função da Guarda não é fazer policiamento ostensivo", algo que, segundo Alexandre, muitos políticos "equivocadamente" acreditam que deveria ser feito. O prefeito ressaltou que a Guarda Municipal tem se destacado em áreas como fiscalização ambiental e vistoria de veículos escolares, e destacou que "300 pessoas foram multadas por descarte irregular de lixo".
Ferreira vê a tecnologia como a chave para melhorar a segurança na cidade e planeja a instalação de 89 novas câmeras no próximo ano, além de permitir que a população franqueie o acesso de suas câmeras particulares ao sistema público. "No conceito de Smart Cities (cidades inteligentes), a tecnologia pode ser muito mais eficiente", afirmou Alexandre, destacando que a ideia é criar uma rede integrada de vigilância que envolva tanto o setor público quanto o privado.
O prefeito não hesitou em criticar seus adversários políticos durante a entrevista, acusando-os de usarem estratégias para "denegrir sua administração" ao invés de propor soluções concretas para os problemas da cidade. Alexandre destacou especialmente as ações de Gilson de Souza, que, segundo o candidato, "não teve coragem de enfrentar o problema dos moradores de rua" e deixou um "legado de descaso" ao montar um depósito de pessoas no Champagnat.
Ferreira também criticou Sidney Elias, do Partido Novo, por ter "denunciado o projeto de um centro cultural embaixo do Viaduto Dona Quita", que, segundo o prefeito, não era "um espaço hostil", mas sim uma tentativa de revitalizar uma área degradada da cidade. "Meus adversários preferem focar em críticas vazias do que em propostas que realmente façam a diferença", disse Alexandre.
Na área da saúde, Ferreira destacou as ações de sua gestão para enfrentar a pandemia e melhorar o atendimento no município. O candidato comentou sobre a transformação do Pronto-socorro em um "pronto-socorro que gasta como um hospital" e que, segundo o prefeito, evitou a perda de vidas durante a crise de saúde. Alexandre mencionou que o município está gastando "36% do orçamento em saúde", muito acima dos 15% exigidos por lei, o que demonstraria o esforço do seu governo para garantir um atendimento de qualidade à população.
"Se não tivéssemos montado essa estrutura no PS, teríamos perdido vidas", afirmou o candidato. “Teria morrido gente nos corredores esperando vagas”. Alexandre também criticou a gestão anterior pela Casa da Mulher, centro inaugurado por Gilson de Souza para centralizar atendimentos de saúde para mulheres, que ele descreveu como "um engodo".
Admitiu que o número de núcleos do Programa de Saúde da Família estão abaixo do que deveria e prometeu ampliar, mas rechaçou a afirmação de alguns adversários que disseram que o o governo federal banca 95% dos custos. "Estamos organizando a saúde de Franca, mas é um processo que leva tempo", disse Alexandre.
O candidato também apresentou suas propostas para um eventual novo mandato, caso seja reeleito. Alexandre prometeu continuar investindo em segurança pública, com a instalação de mais câmeras e a expansão do uso de tecnologias digitais para monitoramento. O prefeito também falou sobre a possibilidade de ampliar o horário de funcionamento das creches, proposta defendida por sua adversária, Mariana Negri (PT), mas foi cauteloso ao afirmar que "não vê demanda para creches 24 horas", embora tenha se comprometido a avaliar essa possibilidade se houver necessidade.
Em relação à educação, Alexandre reafirmou a intenção de continuar com a implementação do ensino em período integral em mais escolas do município e de aumentar o tempo de permanência das crianças na escola.
"Estamos mudando a estrutura das cozinhas e a merenda escolar para acompanhar essa mudança", explicou o prefeito. Além disso, Alexandre pretende seguir com a descentralização das atividades culturais. "A cidade está pronta para o futuro, e eu quero continuar esse trabalho", afirmou. “Nasci para isso. Quero ser prefeito de novo”.
Assista à sabatina completa de Alexandre Ferreira no vídeo no início deste texto.
Na próxima segunda-feira, 2, o GCN entrevista o deputado Guilherme Cortez (PSOL). A sabatina começa às 11h10, transmitida ao vivo pela rádio Difusora e portal GCN/Sampi.