28 de agosto de 2024
SABATINA GCN

Tabah dispara contra adversários, ex-prefeitos e esquerda

Por Higor Goulart | da Redação
| Tempo de leitura: 8 min
Denise Silva/GCN
Alexandre Tabah estreou série de sabatinas do portal GCN/Sampi com candidatos à Prefeitura de Franca

O candidato do Novo à Prefeitura de Franca, Alexandre Tabah, fez duras críticas aos opositores em entrevista ao GCN/Sampi nesta segunda-feira, 26. Durante os 50 minutos de sabatina, o prefeitável se autodefiniu como “o único nome de direita” e direcionou ataques aos seus adversários, aos ex-prefeitos, à esquerda. Sobrou até para a classe artística, que ele classificou como “inútil”.

Tabah foi o primeiro entrevistado na série de sabatinas promovida pelo portal GCN/Sampi e pela rádio Difusora com os candidatos à Prefeitura de Franca. A transmissão ocorreu ao vivo pela Difusora, com veiculação simultânea no portal e nas redes sociais.

Inexperiência na vida pública 

Durante sua participação, o candidato foi questionado sobre sua falta de experiência na vida pública. Empresário, Tabah nunca havia se candidatado a qualquer cargo público anteriormente. Para ele, essa falta de experiência não é um problema, mas uma solução.

“Por que fui direto para prefeito? Não sou conhecido pela massa e teria que ficar mendigando votos para ser eleito vereador. É bem complicado. E, pelo grau que eu já tenho, vou ter muita facilidade, pois terei um secretariado altamente competente. Além disso, posso recorrer aos últimos prefeitos. Então, consigo fazer tudo que quiser por nossa Franca”, afirmou.

'Últimos prefeitos são incompetentes'

Tabah também garantiu que suas propostas não serão limitadas pelo orçamento restrito de Franca. Em 2024, o orçamento previsto é de R$ 1,46 bilhão. Muitos ex-governantes consideram esse valor insuficiente para gerir uma cidade como Franca, opinião compartilhada por Tabah. Mas para o candidato, essa dificuldade é explicada pela falta de competência dos gestores anteriores. Todos eles.

“Cem por cento dos últimos prefeitos são incompetentes. Sidnei Rocha é o melhor dos que passaram, mas deixou a desejar. Eu tenho excesso de competência, muito mais do que eles já fizeram”, afirmou o candidato. Para sustentar sua posição, ele mencionou a demora na construção do Hospital Estadual de Franca. “Se eu fosse o prefeito, ele já teria sido inaugurado há dez anos.”

Tabah moderou seu discurso em seguida. Ao ser novamente questionado sobre a falta de competência dos adversários, ele modulou sua fala. “Não chamei todos de incompetentes, mas acho que poderiam ter feito mais [...] Houve falta de vontade política. Vários que passaram eram do mesmo partido do governador. Você não pode admitir o abandono da sua população. Vou ter dificuldade? Eu adoro. Só que quero antecipar todos os problemas que acho que vão acontecer daqui quatro, cinco ou dez anos”, acrescentou.

'A esquerda é inútil…'

As críticas de Tabah não se limitaram aos seus adversários políticos. O candidato do Novo também direcionou ataques à esquerda em todo o país. O tema surgiu após o jornalista Corrêa Neves Jr. mencionar uma publicação em que o prefeitável chamou todos os esquerdistas de "inúteis". Durante a sabatina, ele não negou o uso do termo e reforçou sua visão.

“Eu, como candidato a prefeito, vou governar para 100% da população. Mas o que está nas redes sociais é exatamente isso. Quem produz na iniciativa privada e vota no PT, quer ajudar a taxar o Brasil [...] Aqui em Franca, tem pessoas boas demais que são de esquerda, mas eles são inúteis. Todos são inúteis”, declarou.

'Adoro as músicas do Caetano Veloso, mas hoje não escuto'

Em seguida, Tabah criticou a classe artística do país. Embora nem todos tenham apoiado o presidente Lula, Tabah afirmou que os artistas foram responsáveis por colocar o petista novamente no governo federal.

“Eles colocaram um corrupto no governo federal. Como uma pessoa esclarecida vota no PT? Eu não estou generalizando, mas mais de 90% deles são inúteis. Eu evito ver eles. Os [artistas brasileiros] estão me fazendo mal. Adoro as músicas do Caetano Veloso, mas hoje não escuto. Sei que vai me fazer mal”, continuou.

Quetionado sobre a confusão que faria entre a obra e o artista, Tabah insistiu que considerada todos “inúteis”, o que inclui também os atores e atrizes.

'BolsoRocha'

Durante a corrida eleitoral, Tabah tem se autodenominado o único candidato de direita da cidade, mesmo considerando que outros partidos, como o PL, ligado ao presidente Jair Bolsonaro, lançaram candidaturas na cidade. Seu rival na disputa pela prefeitura, João Rocha (PL), por exemplo, foi quem recepcionou o ex-presidente Jair Bolsonaro, principal nome da direita no país, em Franca na última quinta-feira, 22.

Para Tabah, nada disso faz João Rocha ser representante da “direita”. O prefeitável do Novo acusou João Rocha de ser "oportunista", uma vez que já esteve alinhado à esquerda – João Rocha foi durante anos filiado ao PDT. Portanto, na disputa de 2024, ele teria feito um movimento semelhante ao que João Doria fez em busca do governo estadual em 2018, afirmando que o ex-governador se alinhou a Bolsonaro apenas para ganhar votos na eleição.

“João Rocha e Alexandre (Ferreira) não são de direita. Rocha ficou anos no PDT, que é de esquerda e tem ministérios no governo Lula. É o partido do Brizola. O João Rocha não pode falar que é de direita. Alexandre também não, porque PSDB e MDB são de esquerda”, explicou, na sua lógica muito particular de considerar “de esquerda” praticamente todos que não comungam do seu ideário.

'Não houve ditadura militar…'

Tabah contestou ainda a existência da Ditadura Militar no Brasil, entre 1964 e 1985. Segundo ele, os casos de tortura, prisões e mortes registrados nos 20 anos de Regime Militar foram “necessários” e atenderam “a um pedido da população”. “Foi algo que os militares fizeram na época para que não houvesse o que tem acontecido hoje em dia.”

Por fim, o político afirmou que um movimento semelhante deveria ter ocorrido após as Eleições 2022, que, segundo ele, “foram roubadas”.

'Não sou transfóbico'

O candidato do Novo também respondeu às acusações de transfobia. A denúncia surgiu após uma postagem nas redes sociais onde ele questionou a medalha de ouro da boxeadora argelina Imane Khelif. Na publicação, ele divulgou a fake news de que a atleta é transexual e, por isso, não deveria competir contra outras mulheres.

A argelina, no entanto, comprovou ser uma atleta intersexo, o que a permite competir normalmente. Tabah, contudo, contesta a declaração da boxeadora.

“Sou transfóbico? Não sou. Se eu tivesse um amigo trans, seria um prazer. Agora, pegar uma postagem… vamos ver se estou errado ou não. É um meme que achei interessante, porque defendo as mulheres. Não acho que alguém trans possa disputar boxe com uma mulher de verdade. Não ficou provado que ela é mulher”, afirmou.

Em relação aos que o acusaram de transfobia, Tabah argumentou que “eles se vitimizam e são lacradores. Diferente da maioria dos LGBTs que são pessoas sérias e trabalhadoras”.

'A crise ambiental não existe…'

Nos últimos dias, a região de Franca foi uma das mais afetadas pelos incêndios que cobriram todo o Estado de São Paulo. Segundo Tabah, a situação não tem influência das mudanças climáticas, que “representam uma falácia e servem apenas para que ONGs consigam verbas bilionárias”.

“A crise ambiental, em partes, é uma visão. Diante do mundo girando, talvez ela não exista. Mas podemos melhorar a parte local, plantando árvores. Acredito que o homem somente provocou alterações localizadas”, defendeu.

“Então, não vejo muita lisura nesses acontecimentos. Mas estudo que o planeta continua girando. Se mexer em um bioma, como a Amazônia, aquele local vai ficar devastado. O deserto do Saara contribui para alguma mudança climática no Brasil?”, contestou.

Moradores de rua

Por fim, Tabah comentou sobre os projetos que pretende executar se for eleito prefeito de Franca. Em relação às pessoas em situação de rua, o candidato mencionou como “inovação” o mesmo sistema que já é aplicado, de forma muito semelhante, na cidade, utilizando uma equipe composta por uma assistente social, um psicólogo e um guarda municipal. Tabah acredita que com esse grupo, é possível resolver o drama da população em situação de rua do município.

“Vamos abordar todos os moradores, todos os dias, para fazer um trabalho social e ressocializar esses moradores com suas famílias. População de Franca, você já viu algum morador de rua para saber se ele quer voltar para casa ou não?”.

‘Trânsito não tem muita solução’

Em relação aos problemas no trânsito, como os congestionamento nas principais avenidas, Tabah afirmou que a ideia é conseguir investimentos da iniciativa privada para destravar o movimento. Segundo ele, seu projeto é permitir que patrocinadores façam investimentos nas obras, sem a necessidade de recursos públicos.

“Eu não vejo muita solução para o trânsito, a não ser onde precisar fazer ponte, viaduto, com dinheiro da iniciativa privada, onde é possível aprovar um patrocinador. Vamos supor que uma ponte fique em 10 milhões. A partir de amanhã vai se chamar ‘Viaduto GCN’”, explicou.

Aplicativo 'Franca Drive'

O candidato prometeu a implementação de um aplicativo de delivery e transporte público, que será lançado a partir do dia 1º de janeiro de 2025 em Franca. A ferramenta, chamada “Franca Drive” terá um custo mensal de adesão de R$ 30 para os motoristas e permitirá que os condutores evitem as altas taxas das concorrentes, prometeu Tabah.

“Você que vence pizza, doce, bolo, Franca terá um aplicativo gratuito através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. E, a R$ 30, teremos o Franca Drive para os motoristas. Isso vai colocar R$ 5 milhões a mais nos nossos cofres, que ficarão para a economia de Franca”, completou.

Sabatinas

Assista a sabatina completa de Alexandre Tabah no vídeo no início deste texto.

Nesta terça-feira, 26, o entrevistado será Jonas Carvalho, do Mobiliza. A sabatina começa às 11h10, transmitida ao vivo pela rádio Difusora e também pelo portal GCN/Sampi.