Helinho Garcia, que estava com a seleção brasileira de basquete nas Olimpíadas de Paris, voou no avião da Voepass, modelo ATR-72 500, prefixo PS-VPB, horas antes de a aeronave cair em Vinhedo e matar 62 pessoas.
Assim que chegou ao Brasil, o treinador francano pegou o voo de São Paulo para Ribeirão Preto, na madrugada de sexta-feira, às 0h10, no aeroporto de Guarulhos (SP), aterrissando no aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, por volta de 1h. De lá, ele seguiu de carro com um amigo para Franca.
O acidente aconteceu 12 horas depois do desembarque do técnico e de outros passageiros em Ribeirão Preto. No final da madrugada, o avião decolou de Ribeirão para Guarulhos. Depois foi para Cascavel (PR) e, na volta a Guarulhos, aconteceu o acidente. O avião caiu em um condomínio em Vinhedo às 13h25.
Helinho, que voltou ao trabalho no Sesi Franca Basquete, nesta segunda-feira, 12, disse que o voo de Guarulhos a Ribeirão foi normal, com um pouco de turbulência, mas reclamou do calor intenso dentro do avião e que chegou a pedir para ligar o ar-condicionado.
“Foi um voo dentro da normalidade, com um pouco de turbulência, mas o que houve foi um calor bastante forte. Eu cheguei a pedir para a aeromoça, antes do avião decolar falando que estava muito calor ali dentro. Durante o voo, o calor permaneceu, eu cheguei a falar: 'Pô, liga o ar'. Estava bastante calor”, revelou Helinho, auxiliar técnico do Aleksandar Petrovic na seleção brasileira.
Ainda muito triste pelas mortes de todos os ocupantes do voo 2283, que saiu de Cascavel com destino a Guarulhos, Helinho disse que ficou sabendo da notícia da queda do avião através do amigo que estava no mesmo voo e que o trouxe de Ribeirão para Franca.
“Eu fiquei sabendo através de um amigo, que estava no voo comigo e me deu carona para Franca. Ele estava muito tenso e falou: 'Cara, tô tremendo porque eu fiquei sabendo agora que o avião é o mesmo que a gente estava'. Fiquei bastante assustado e contei para minha família e para minhas filhas. Elas ficaram assustadas pelo que havia ocorrido”, contou o técnico.
Helinho, filho do lendário ex-técnico da seleção e do próprio Franca Basquete, Hélio Rubens Garcia, ainda lamenta o acidente ocorrido na sexta-feira. “Lamento profundamente, porque eu imagino a tristeza dos familiares que tinham parentes e entes queridos dentro da aeronave. Desejo que as famílias tenham força para superar uma tristeza tão grande”, concluiu.