21 de julho de 2024
SAUDADE

Hípica francana chora perda da grande incentivadora das corridas

Por N. Fradique | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Álbum de família
Bruna Karla de Freitas Alves ao lado do marido e do filho: morte precoce aos 39 anos em Franca

Uma família apaixonada por uma modalidade, que só existe na região de Franca, as tradicionais Corridas Hípicas, está de luto, juntamente com todos os clubes. Bruna Karla de Freitas Alves se foi, mas ela deixa sua bandeira cravada na história desse esporte.  

Bruna morreu precocemente no último domingo, 14, aos 39 anos. Ela deixa os lenços encharcados de lágrimas, ao saltar para o céu. A modalidade ainda está de luto por perder uma das maiores incentivadoras, mas a luta pelo chapéu continua através de dois competidores, feridos pela perda, mas com coragem para seguir vencendo os obstáculos, que são o marido Mário Flávio e o filho Matheus. O marido corre pelo Claraval e o filho pelo Paiolzinho. 

‘Tia Bruna’, como era chamada pelos amigos, foi colaboradora das Corridas Hípicas por cerca de 25 anos. Nos clubes que fez parte, como o Nove de Julho, Três Colinas e Claraval, ela participava de todas as ações ao lado do marido e do filho. Trabalhava no caixa, na bilheteria, nos almoços, coordenava a lista dos cavalos nos dias de provas, além do carinho com os animais, principalmente quando algum ficava doente. “Ela era apaixonada e vivia aquilo ali”, disse Roberta Moreira, afilhada de Bruna e diretora do Clube Claraval. 

Roberta conta que Bruna era como uma irmã. “Tia Bruna era uma irmã que a vida me deu, minha madrinha de casamento, madrinha de minhas filhas, uma pessoa muito querida. Sempre disposta a ajudar não só no clube como todas as pessoas fora dali. Ela era apaixonada e vivia aquilo ali. Ela acompanha o marido em tudo que ele iria fazer, nos dias de corridas, tudo. Era uma amante das corridas hípicas”. 

“A gente estávamos sempre juntas nas corridas e nas nossas vidas fora das corridas. Ela perdeu a mãe muito nova, filha única a gente acabou fazendo esse papel de irmãs. Uma mulher dos melhores conselhos e vai fazer muita falta”, completou.

Marília Rodrigues Alves, conheceu Bruna antes dela se casar, ainda quando ela fazia parte do Nove de Julho há pelo menos 25 anos . “Ela começou a namorar o marido dela e a partir desse namoro ela passou a fazer parte do clube, que na época era o Nove de Julho. Ela sempre gostou muito, acompanhava o marido por todos os lados e tinha disponibilidade para colaborar com o time”. 

Casada com Maicon, que compete pelo Claraval e irmão de Mário Flávio, Marília acrescentou que Bruna era quem cuidava dos cavalos dos clubes que participava e sabia o nome e o histórico de cada um dos animais. Também disse que Bruna era madrinha de suas filhas. “É uma história que começou com amizade de depois formou um vínculo familiar. Ela me ensinou muitas coisas. Tudo que a gente construiu juntos está guardado com muito carinho”, disse chorando. 

“Uma pessoa jovem, deu entrada no hospital com um problema pulmonar e estávamos confiantes na recuperação dela, com muita fé. Ela chegou a retirar o tubo, melhorou e de repente ela veio a falecer em decorrência a uma parada cardíaca durante a hemodiálise”, concluiu. 

Madrinha de casamento de Bruna, Carmem Rodrigues Castro, diretora da Liga das Corridas Hípicas e ex-diretora do Nove de Julho, diz que Bruna escreveu sua história como uma das maiores incentivadoras das Corridas. “Ela se dedicava a cuidar dos cavalos. Fazia a lista dos cavalos para o transporte nos caminhões, separava todos para não brigarem. Ela foi amante desse esporte e contribuiu muito para os clubes que participou”. 

Marcelo Pradela, presidente da Liga Regional de Corridas Hípicas, disse que a modalidade perde muito. “Eu a conheci desde a época do Nove de Julho. Era uma pessoa extremamente amável, acolhedora, muito, cuidadora, responsável. A família toda dela é dedicada às Corridas Hípicas. Ficamos muito tristes, ela fará muita falta”. 

Ainda sentindo a dor da morte da mulher, Mário Flávio, conhecido como Mafu, encontrou forças para falar de Bruna. “Ela era companheira, amava o esporte, sempre esteve comigo nos treinos, nas corridas. Ela tinha o cavalo dela que amava de paixão, que se chama Shadow”.