O presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Reinaldo Carneiro Bastos, se reuniu com representantes de órgãos públicos nessa quarta-feira, 10, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo. Em pauta, um antigo pedido dos clubes e torcedores de futebol: autorizar a venda e o consumo de bebidas alcoólicas no interior dos estádios. Discussão que interessa aos frequentadores do Estádio Municipal "Dr. Lancha Filho", o "Lanchão", em Franca.
A proibição é sustentada pela Lei estadual N° 9.470, sancionada em 27 de dezembro de 1996 pelo então governador Mário Covas. O texto veda a comercialização “nos dias de jogos, a um raio de 200 metros de distância das entradas dos estádios e ginásios de esporte”. A restrição estende-se para fogos de artificio de qualquer natureza, hastes ou suportes de bandeiras, copos e garrafas de vidro, e bebidas acondicionadas em lata. O descumprimento pode acarretar em multa de 1 mil Ufesp, que, atualmente, equivale a R$ 35,3 mil.
A reunião dessa quarta-feira contou com a participação de dirigentes das secretarias da Casa Civil, Esporte e Segurança Pública, Ministério Público e Polícia Civil, além da Federação Paulista de Futebol. “Ficou definido que o governador vai montar um grupo de trabalho para que a gente, o mais rapidamente possível, possa tratar em conjunto e achar um caminho para que esse assunto seja definitivamente resolvido no Estado de São Paulo”, disse Bastos, em vídeo publicado nas redes sociais.
O que for decidido no Palácio dos Bandeirantes poderá afetar diretamente os hábitos dos torcedores no 'Lanchão' e o financeiro da Francana. Para o presidente do clube, Rafael Diniz, a liberação da cerveja é um atrativo a mais. “Acreditamos que, com a liberação da cerveja nos estádios, aumentaria o público nos jogos e, consequentemente, os times poderiam investir mais nas equipes, atletas e infraestrutura”.
Com os jogos sendo transmitidos em plataformas digitais e televisões, como é o caso do Campeonato Paulista e Copa Paulista, Diniz explica que parte do público perdeu o interesse em acompanhar as partidas das divisões de acesso nos estádios. “Percebemos nas últimas temporadas, um aumento significativo de mulheres, crianças e idosos nos estádios. Por outro lado, houve um afastamento do público masculino, que, às vezes, prefere ir a bares ou assistir os jogos pela televisão em casa, bebendo cerveja e fazendo churrasco”.
Arquibancadas lotadas. Cena que o torcedor Valmir da Silva Afonso, de 54 anos, presenciou no passado. "O pessoal não está indo ao 'Lanchão' porque não tem uma cervejinha. Eu já fui dessa época que tinha. Ia assistir o jogo do 'Lanchão', tomava uma cervejinha, torcia pela Francana e dava bastante gente".
Bom para o público e para o clube. "Arrecadar mais dinheiro para ajudar a nossa Veterana, e assim, todo mundo sabe da dificuldade que é. A luta da Francana para manter nessa série", finaliza.