A delegada responsável pela Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) de Franca, Juliana da Silva Paiva, afirmou nesta quinta-feira, 11, que um homem, garçom de 37 anos, teria cometido estupro de seus dois filhos. Além estupro de vulnerável, o caso é investigado por outros crimes como pornografia infantil e zoofilia. O homem teria se associado a outras pessoas durante vários anos numa espécie de quadrilha de pornografia infantil.
Em entrevista coletiva, a delegada deu mais detalhes sobre as denúncias feitas pela mãe de estupro de um casal de filhos, de 9 e 10 anos. Os abusos teriam sido cometidos pelo pai, segundo a mãe.
“Estamos em fase de levantar a autoria (do crime) e a materialidade dos crimes. Pelo menos dez pessoas foram ouvidas e cinco crianças passaram por escuta especializada, que é um procedimento de colher a versão de vítimas de crimes”, contou a delegada.
Os casos começaram a ser investigados quando a mãe das crianças procurou a delegacia após saber dos abusos sofridos pelos filhos. Esses abusos aconteceram enquanto o casal ainda estava junto, segundo ela.
“Os crimes aconteciam quando ela saía para trabalhar e as crianças ficavam em casa. Os filhos mais novos relatam o abuso sexual, já o filho mais velho, não”, continou a delegada Juliana.
As denúncias da mãe acabaram levando à hipótese sobre o paradeiro do garoto Wesley Pires Alves Filho, desaparecido desde 28 de agosto de 2020. Isso porque em uma das escutas especializadas, o garoto de 9 anos fez um relato sobre o suposto paradeiro de Wesley. A denúncia trouxe espanto para a equipe policial, devido à riqueza de detalhes.
"No caso do menino Wesley, foi uma surpresa para nós e toda equipe, porque a criança relatou com muita clareza e naturalidade sobre o acontecido", disse a delegada. "No mesmo dia [a mãe e filhos] saíram da DDM e foram até a DIG para relatarem os fatos, onde foi dito que uma das crianças presenciou o crime e saberia informar onde estaria o corpo de Wesley. Foi feita uma investigação, foram até o local, mas nada foi encontrado".
A delegada Juliana afirma que desde que chegaram as denúncias, realizou dois pedidos de prisão contra o suspeito, mas que foram negados pela Justiça. Ela ainda afirma que durante as investigações já ficou claro que existe uma quadrilha especializada em pornografia infantil.
“Existe uma quadrilha por trás com envolvimento de pornografia infantil. É dito isso nas escutas especializadas com as crianças. Havia registros fotográficos e havia pessoas que recebiam essas fotos", continuou a delegada
Vários aparelhos foram apreendidos e estão em fase final de perícia. Juliana aguarda os resultados periciais para que novos pedidos de prisão sejam feitos. "É uma investigação muito minuciosa e cheia de detalhes, que às vezes temos que ir e voltar. Então ainda não temos o autor dos fatos”, disse Juliana.
Além das duas crianças abusadas, outras também foram vítimas da quadrilha. Agora, a parte final do processo pretende esclarecer quantas vítimas foram abusadas e quantas pessoas participaram do crime.
A Polícia Civil tenta também descobrir se o acusado tinha ganhos financeiros com as filmagens, se isso for comprovado o crime de exploração sexual também é incluído no processo.
Todas as crianças estão em famílias auxiliadoras e com apoio do Conselho Tutelar e Polícia Civil.
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