O preço do etanol subiu, em média, R$ 0,30 e o da gasolina R$ 0,20 nos postos de combustíveis de Franca. Com o aumento de 8,1%, o derivado da cana-de-açúcar se aproxima dos R$ 4, enquanto o concorrente "flerta" com os R$ 6 nas bombas.
Dados divulgados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), entre os dias 23 e 29 de junho, mostram que o etanol era comercializado pelo mínimo de R$ 3,54 e o máximo de R$ 3,69. Em levantamento realizado pelo Portal GCN/Rede Sampi nesta sexta-feira, 5, a oscilação ficou entre R$ 3,94 e R$ 3,99. A única exceção foi um posto na avenida Hélio Palermo que vende o litro por R$ 3,49.
Já a gasolina era encontrada entre R$ 5,59 e R$ 5,79 nas bombas em junho. Atualmente, o litro mais barato também é encontrado no posto da Hélio Palermo por R$ 5,19, enquanto os demais pesquisados têm variações entre R$ 5,94 e R$ 5,99.
Aumentos que pesam no final do mês. O gestor de contas João Pedro Pereira do Nascimento, de 22 anos, passou a utilizar a moto para economizar com abastecimento. "Tenho um Gol 1.0 e, mesmo ele sendo econômico, com esse reajuste no valor do combustível tive que optar por outro meio de transporte mais econômico, de forma que mudou radicalmente minha rotina e a deixou mais cansativa".
A cada dia que passa, encher o tanque virou artigo de luxo para o francano. Com o etanol custando R$ 3,99 e a gasolina R$ 5,99, o consumidor gastará cerca de R$ 220 e R$ 330, respectivamente, para abastecer um recipiente médio de 55 litros de um carro. Antes do aumento, desembolsaria na faixa de R$ 203 e R$ 307 para encher o mesmo tanque.
Como a explosão do etanol é mais forte, consequentemente, gasta-se mais combustível. Desta forma, o derivado da cana precisa estar 30% mais barato para compensar na hora da escolha. Hoje, a diferença dele para a gasolina está em 33,3% – tornando-se, ainda que pouco, mais rentável para o consumidor.
O presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo) de Franca, Marco Antônio do Nascimento, explica que houve uma “quebra” na safra de cana-de-açúcar, devido ao baixo volume de chuva. Como a gasolina é composta por 27% de etanol, o combustível fóssil é afetado indiretamente. “Iniciaram a safra em meados de março e abril, porém, não iniciaram com aquela força total. A procura é maior que a oferta, o que ocasiona esses aumentos”.
Outro fator apresentado é o encarecimento do óleo diesel. “Subiu na faixa de R$ 0,30 para nós. O diesel sobe, o frete sobe e tudo sobe, porque acompanha. As usinas usam muito diesel para o funcionamento em geral”.
Como os preços dos combustíveis sofrem interferências do mercado interno e externo, o futuro pode guardar surpresas – sejam boas ou ruins para o consumidor. “É incerto, não dá para ter essa previsão”, finaliza Marco Antônio.