Bilhete no portão, gravação de vídeos, interfones tocados, mensagens no WhatsApp, tentativa de entrar em prédio, calúnias e xingamentos. Perseguição que alunas do Parque Universitário, na Zona Sul de Franca, dizem estar sofrendo.
Uma mulher relatou ao Portal GCN/Rede Sampi que um bilhete com uma pedra foi deixado na porta de um prédio do bairro, no dia 8 de maio. A mensagem dizia: “Pra caso quiserem ver mais de perto”. O papel também continha um telefone. Uma menina entrou em contato por mensagem com o número deixado. O individuo confirmou a autoria do recado e disse que o objetivo era conhecê-las.
As moradoras do prédio disseram que não tinham interesse em conhecê-lo e pediram para não deixar mais recados. Sossego que durou pouco. “Ele estava falando para todo mundo que (as meninas do prédio) estavam dando moral para ele”.
Os problemas continuaram. “Começou a gravar vídeos das meninas, porque a janela dele dá (vista) para o apartamento (delas). Não sei quantas filmagens têm e o que contém nelas. Só tive acesso a uma, ele filmando elas conversando na varanda em um dia normal”, completou a mulher.
Segundo ela, o homem passou na rua tocando o interfone de todos os apartamentos do prédio nessa segunda-feira, 3. “Ficou esperando abrir o portão para ver alguma brecha de entrar. Acho que ele só não entrou, porque quem estava saindo na hora era o namorado de uma das moradoras. Acho que foi por isso que ele não entrou”.
O caso foi relatado em um grupo de moradores do Parque Universitário. Outras meninas disseram que passaram pela mesma situação com o indivíduo. A Polícia Militar foi acionada. Foi descoberto que ele morava com o cunhado no Parque Universitário, tinha parado de tomar seus remédios e surtou. Não foi informado o diagnóstico do perseguidor.
A informação é que o cunhado teria levado o homem para Passos (MG), após as reclamações. “Deu duas horas, no máximo, depois que a polícia tinha ido embora, ele (o perseguidor) tinha voltado para o apartamento, ou seja, não foi embora para Passos. Ele está no apartamento ainda, e ontem (segunda-feira) estava olhando para os apartamentos de noite pela janela, por volta das 23 horas”.
Segunda a mulher, os policiais informaram às vítimas que, em tese, como não ocorreu nenhum crime, não tinham o que fazer. Ainda segundo ela, a orientação foi para as meninas não andarem sozinhas pelas ruas. “Elas estão morrendo de medo de sair na rua e esse cara fazer alguma coisa. O Parque já é perigoso, com ele ainda está mais ainda”.
Um print circulou no grupo de WhatsApp de uma pessoa, que não é identificada, conversando com o suposto perseguidor. Veja:
Medo que se alastra pelo bairro, que sofre com pouca iluminação e diariamente tem reclamações pela falta de segurança. “Ele já ameaçou. Falou que quer ver alguém indo para cima dele. Falou para várias pessoas que tem arma”.
Polícia Militar
A reportagem procurou a Polícia Militar na tarde desta terça-feira, 4, para comentar o caso e a sensação de insegurança no Parque Universitário. Assim que receber uma posição, o texto poderá ser atualizado.