27 de julho de 2024
ESCASSEZ

Vereador chora ao falar da falta de leitos em Franca: 'É doído'

Por N. Fradique | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
N. Fradique/GCN
Zezinho Cabeleireiro chorou durante discurso na Tribuna da Câmara nesta terça-feira

Uma semana após ter moção de protesto contra o sistema regulador de vagas SUS em Franca rejeitada pelos colegas parlamentares, o vereador Zezinho Cabeleireiro (PSD) voltou à Tribuna da Câmara Municipal nesta terça-feira, 14, reafirmando críticas aos órgãos competentes. Ao citar três casos de pacientes que sofreram com a longa espera por um leito - um deles acabou em morte -, o vereador chorou.

O parlamentar, que também é presidente da Comissão de Saúde do Legislativo, disse que uma jovem, diagnosticada com dengue hemorrágica, e um idoso de 93 anos ficaram quase uma semana à espera de leitos de internação na cidade.

“Venho à Tribuna com muita tristeza pelo que vem acontecendo na área de Saúde da cidade de Franca. Fui procurado por uma mãe que tem uma filha especial que contraiu dengue e encaminhei para o setor competente, que é a DRS (Diretoria Regional de Saúde) e Santa Casa. Primeiro, eles ainda falavam 'bom dia, vereador', 'boa tarde' vereador'. Eu não sei se eles estão com raiva de mim, mas agora nem bom dia, nem boa tarde mais... E as pessoas sofrendo”, disse.

A moção de protesto contra o "sistema" - DRS-8 (Diretoria Regional de Saúde), Siresp (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo) e Santa Casa, que atende pela rede SUS - foi rejeitada semana passada por 10 votos contrários e 2 favoráveis, deixando o vereador claramente decepcionado com seus pares.

“Nós não podemos ser engolidos por um sistema que não funciona. Nós não queremos atingir ninguém não, nós queremos solução”.

Em seguida, Zezinho Cabeleireiro não conseguiu segurar as lágrimas ao falar da morte de um parente. “Meu cunhado, meu irmão, deu dengue hemorrágica e obstrução intestinal. Está lá, morto. Às vezes, a gente vem aqui, a gente fala as coisas que a população de Franca está passando e não tem solução”.

Limpando as lágrimas do rosto, o parlamentar disse sentir na pele o que as pessoas que necessitam do serviço de Saúde em Franca estão sentindo. "É doído. A gente sente na pele uma coisa que a gente vê que a população da cidade inteira está sofrendo, sofrendo muito com esse negócio”.